O DIA DE AMANHÃ

Eis um grande desafio: não de boxe ou de artes marciais, mas de conseguir prever o amanhã em perfeita sintonia com o hoje, o agora. A resposta, embora previsível não merece guarida para as mentes mais privilegiadas, é pensar: o futuro a Deus pertece!

E como é bom viver despretenciosamente o presente, ainda mais se nos é favorável. O interessante é que em nossas atitudes impensadas e repentina, nem sempre somos capazes de dimensionar o efeito que possamos causar nas outras pessoas, em especial, naquelas que estão bem ao nosso lado, principalmente numa mesa de jantar.

Sim. Numa mesa de jantar é que são reveladas as grandes insesatez, as grandes covardias em face, às vezes, da pessoa amada.

Lembro-me de um filme, em que tinha um ator que dizia para sua amada que, ela, não entendia nada de relacionamento amoroso, mas sim, ele, que já havia vivido vários envolventes relacionamentos, inclusive, já havia sido casado. Tudo numa mesa de jantar, em que apenas ele comia. E ao mesmo tempo vomitava insensatez tamanha para alimentar sua amada do ressentimento e um singular ódio de mulher, daqueles que ficam bem escondidinhos, a ponto de não aparecer para ninguém, inclusive para ela mesmo. E como é doce a agonia desse locais pervertidos em nossas mentes, não só das mulheres. Parece que nos engana, até que nos damos conta de que, invariavelmente, estamos retornando ao amargor de um sentimento mal vivido. Tudo isso, repito, foi fruto de um filme em que não me recordo bem o nome, mas era bom demais...

Ou recordo...

Tão bom que às vezes, inconscientemente, recordo de algumas passagens tão significativas. Não sei bem se era o filme: "Em algum lugar do passado", em que por um milagre desses que somente ocorrem em filmes, o ator retorna ao tempo, quando olha para uma foto estampada num quadro afixado numa parede.

Recordo-me, também, de Drummond, ao referenciar-se à sua terra natal, como bem dito: "Itabira era apenas uma foto na parede... mas como dói!" E essa dor bem doída faz a gente às vezes pensar demais em momentos inoportunos, como o nosso ator naquele filme, em que adquire o dom de retornar ao tempo e romper com as amarguras da insensatez que cometera com seu grande amor. O filme não é simplesmente mamão com açúcar, tem algo de inquietante, que nos coloca a pensar junto com o ator, sobre o tempo, o tempo, o tempo.

E somente quem tem o prazer de vivenciar o hoje tão agradavelmente como em algum lugar do passado, sabe valorar o quanto é importante não dar azo a determinadas insensatez que pode colocar tudo a perder, inclusive o amanhã. Embora, este pertença ao Divino, mas sob total responsabilidade nossa.

E a você, que não soube dar o devido valor no momento propício, vale a pena ver o filme: "Em algum lugar do passado", de alguma forma nos remete ao passado sem sairmos do consciente presente.

E que presente é esse que não aparece em nosso futuro? Estou à sua espera, vê se não demora! Como bem dito no filme: você de um lado me amando, eu do outro lado te amando, no entanto, algo nos semparando, o tempo. O presente e o passado, ou talvez o futuro.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 15/09/2009
Código do texto: T1812770
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