AMIGAS, ETERNAS HISTÓRIAS...negócios à parte

Amigas...eternas histórias...negócios à parte

Esta semana recebí um telefonema de uma pessoa amiga querendo saber de outra minha amiga.Se eu ainda tenho contato com a mesma porque precisa dos seus serviços e perdeu os números de telefone o que nos levou a manter um bom e divertido papo.No telefonema diz que tem uma peça que precisará de uma "restauração" e sendo assim lembrou dessa minha amiga e diz que precisará entrar em contato.Claro, que eu a atendí de imediato!Claro que eu confirmei que ela continua com o seu negócio e mais claro ainda que continua sendo uma ótima profissional e que assim como nos outros setores da vida,nos negócios também estamos sujeito aos contratempos que por ventura possam e certamente aparecem sempre.Mas tudo não passa de uma questão de nossa maturidade perante determinado fato.Nos negócios também tudo pode acontecer.Mas finalizando a nossa conversa ela me deixou uma pergunta que me fez recordar com bom humor o episódio e...pensar o mesmo no meu novo contexto de vida.A pergunta foi: mas afinal você reencontrou o seu vaso?

E para responder esta pergunta terei que falar primeiro de uma grande amiga que inclusive me colocou naquela altura em que convivíamos mais amiúde o apelido de Sara e onde eu também a chamava do mesmo nome,e para nos retratar então,darei esse nome à mesma.

Sara é mais uma amiga mãe,que os nossos filhos nos aproximou,em atividades de parquinhos da época deles bebê e depois da época escolar,partilhando momentos significativos em nossa caminhada. Moramos na mesma rua.Nos víamos diariamente.Nossos filhos nos unia,Mas o que na verdade afinou a nossa amizade foram as artes.Um diferencial das outras amigas porque nós trabalhávamos também com autonomia de horários e de nosso tempo.Tínhamos nossos negócios.Só que o meu,apesar de amar a arte,nunca foi esse o meu negócio.O da Sara sim,sempre foi esse o seu negócio. A arte então casou e selou a nossa amizade.Eu me realizava também com o negócio dela.E assim partilhávamos de uma boa amizade.

Sara trabalha com uma coisa que eu tenho a maior paixão.Ela trabalha com "antiguidades" e muitas outras coisas em decorrência disso,inclusive "restaurações".Adoramos quinquilharias,adoramos feirinhas de antiguidades,adoramos brechós,antiquários,exposições de arte,leilões,enfim,esse mundo maravilhoso da arte.Vivíamos cada uma no seu negócio,mas interagindo ao mesmo tempo experiências e andanças no que diz respeito ao assunto.Se descobria alguma peça já ligava para ela,que também me levava aos seus leilões e assim passamos momentos muito gratificantes da nossa amizade envolvidas pela arte em geral.

Um belo dia uma peça minha de estimação,aquelas que batemos o olhar e da qual nunca mais queremos nos separar parecendo até que faz parte dagente,inclusive adquirida de muito tempo e por essas minhas andanças em feiras de antiguidades,foi danificada e assim precisando de reparos.Quando se quebra uma peça assim ficamos chateados e então tentamos aproveitar com a restauração.

Quem seria a pessoa mais indicada para o serviço? claro,a minha amiga Sara! nenhuma outra seria melhor que ela.E estava alí do meu lado,na mesma rua.A peça ficaria em casa,como costumamos falar e assim Estaria em boas mãos,aliás nas melhores mãos.

Nas mõas da minha amiga Sara, pensei,é o melhor lugar.Das minhas mãos para a dela.É o lugar mais seguro!

E com o pensamento do famoso "amigos amigos negócios à parte" Fui então como cliente e negociamos o serviço,tratado o valor com o prazo da entrega da peça.Sem esquecer de contar que eu costumava mandar clientes para Sara também de restaurações e assim confiava nos seus serviços prestados porque escutava da satisfação dos mesmos.Negócios então à parte.Certíssimo!

Deixando o vaso para os referidos concertos,seguimos a nossa vida normalmente.Outras amigas ficam sabendo que deixei uma peça com a Sara porque isso se comenta e vêem a peça no seu negócio e etc.Mas...será preciso eu falar também de mais duas coisas importantíssimas no sistema de trabalho da amiga Sara.Primeiro,o seu negócio é assim "um em três" ou é o "três em um",ou seja,ela tem sua casa,sua loja e seu atelier,mas ao andar nos três,você nunca sabe quem é quem...É uma coisa só...um é sempre extenção do outro...mas isso é de quem trabalha com as artes,é assim como uma oficina...só entende mesmo quem é do "ramo".E eu entendo até aí.

Segundo é que Sara tem um marido que eu vou dar o nome aqui de Jacó que trabalha junto com ela e onde a administração do negócio é feita por ambos.Jacó faz a captação de peças e faz a parte dos eventos,das feiras e etc.também comercializa peças.

Ora,O tempo passa...o tempo passou...e extrapolou...e o prazo de entrega combinado ficou a desejar.Eu,com a afetividade que tinha pelo meu vaso,começo a perguntar e começo a tentar vê-lo nos lugares devidos.Começo então a não ver a peça e começo a ficar querendo uma explicação.Ora,logo eu!...Imaginei então que quebraram a tal peça.Estou me preparando para a noticia.Mas eles não me contam...custam a me contar...tavez resolvendo o que me falar.E finalmente me chamam os dois para a conversa já esperada.E eu vou pensando..."que pena"...quebraram meu vaso!...

O Jacó falou:" o seu vaso, sem ser essa a nossa intenção, foi vendido"... falha na comunicação deles nos bastidores do negócio, pois sem que soubesse levou o mesmo para os eventos... pede mil desculpas e diz não ter mais como esconder de mim! disse,Tentamos reaver,mas foi impossível! é impossível! foi vendido a turista estrangeiro...nenhum cliente cadastrado o comprou...foi vendido numa feira...está fora do país...e falou muito...foi falando...

Eu,ainda jovem e no início de minha caminhada para a maturidade não queria aceitar e só falava OH!!!!!!! não!!!!!! eu não acredito!!! logo eu!!!logo com a amiga de vocês!!!!!...e comecei erradamente vejo hoje a criticar o sistema adiministrativo deles de trabalho e a falar coisas que não pensamos...Mas eles na altura escutaram tudo que falei... eu precisava e desabafei!!!E essa foi só uma das primeiras etapas da nova fase de uma negociação,em que eles queriam pagar a peça,até no valor acima,o que eu não queria.Queria me fornecer outra peça sempre de valor acima,o que eu não queria...eu queria imaturamente o meu vaso...ou não queria mais nada...

Eles não aceitavam o meu "não" aceitar nada em troca.Eu não aceitava eles terem criado uma oportunidade para venderem logo o vaso de uma senão uma das maiores "amiga deles"...E eu resistia.E dizia que iria ainda encontrar o meu vaso. E assim fiquei muito tempo tentando achá-lo através dos serviços deles.Mas já não éramos mais os mesmos."O negócios à parte" agora,não era somente porque temos que ajustar comercialmente com os amigos como "clientes",,mas também porque os negócios podem estremecer e interferir e até abalar boas amizades que poderiam ter seguido o seu curso não fosse "certos impasses" dos negócios.Há quinze anos atrás havemos de considerar também as nossas idades e a maturidade correspondente do periodo.Mas conseguindo superar o impasse,depois de um longo tempo, aceitei deles um outro vaso no lugar daquele.Agora veja,não me desfiz deste como pretendia.Está até hoje comigo.Este é a cara do que foi vendido porque me lembra ele e depois lembra essa historia de vida e os amigos.Dentre as poucas coisas que retirei da minha mudança de minha antiga casa,por exemplo,foram os livros e este vaso,que parecia que eu o detestava.

A amizade continua.Só que não mais falamos de negócios.Melhor não!Mas para mim particularmente,hoje vejo que foi uma grande lição de vida.Onde pude começar a trabalhar o DESAPEGO às coisas materiais e a exercer o RESPEITO ao jeito de Ser de cada um como pessoa...se nós como seres humanos passamos e somos breve,imagine as coisas,como coisas.Sofrí com a perda,mas Na verdade pior seria ter perdido a amizade.Então hoje penso,melhor perder vasos que pessoas.E respondendo a pergunta da outra minha amiga,que é também o de todas,vez e outra quando lembramos,falei e falo que não,não reencontrei aquele vaso, mas estou através dele reencontrando outros e bem melhores pela vida. Através dele pude começar a trabalhar e a exercitar o desapego às coisas. vou me reencontrando com outros e melhores vasos,os vasos em pessoas que a vida nos oferece.Sim,pessoas,mais importantes que coisas. CRISTINRio,18/09/2009

Cristin
Enviado por Cristin em 18/09/2009
Reeditado em 25/02/2016
Código do texto: T1817341
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