Ruas em Minha Vida

As de minha infância lembram época feliz, com poucos brinquedos, mas muitos folguedos na calçada. Possuíam mistério, encantamento. A casa simples, com porta e duas janelas. A rua era normal e natural era haver árvores nos passeios, em que o corte antes do inverno, deixava galhos pelo chão. Brincávamos até o dia findar em crepúsculo cor-de-rosa. Entretidos, nem percebíamos o por-do-sol, pois a felicidade pairava a ocupar as mãos e o peito. Nos domingos, a diversão da família era o passeio à rua da Praia para admirar vitrines multicoloridas. Caminhávamos do Bonfim à rua dos Andradas, sem susto, sem medo. E de que teríamos receio? Ladrões roubavam ricas mansões, não nós, basbaques a admirar a profusão nas vitrines. A novidade por entretenimento. Alegres pelo simples estar juntos. A cidade acolhia e a rua representava O espetáculo das formas, das nuances. Promessa em elipse para o futuro. E hoje me pergunto: O que nos aconteceu?

Marluiza
Enviado por Marluiza em 25/06/2006
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