Olhos Vermelhos

Que olhos vermelhos são esses? Você fumou um baseado? Eu queria ter fumado com você. Poderíamos rir à toa, libertarmos nossas emoções. Você diria que me ama? Você diria que gostaria de ter-me junto a você todos os dias? Ou, quem sabe, que se arrepende de não ter tido coragem de enfrentar um romance no passado?

Não foi um baseado? Você bebeu um pouco mais? Que delícia! Deixe seus sentimentos e tesão aflorarem, solte tudo, me envolva. Eu adoro ficar altinha com umas a mais.

Não, não diga que você não dormiu. Ah, meu amor, não quero que você perca o sono. Deixe-me acalentá-lo, aconchegue-se como se eu fosse a muralha que te protege do mundo, não vou deixar o bicho-papão te pegar. Às vezes te acho tão vulnerável, tão fraco! Antes não era assim. Eu me sentia pequena perto de você. Hoje, eu posso ser o que você quiser porque eu quero ser. Posso ser Thetis e cantar pra você, se o sono assim vier. Posso ser Hipnos e te trazer o sono. Posso ser Morpheu e te trazer lindos sonhos. O que me dá esse poder é o amor infinito que trago dentro de mim e que me liberta.

Você esteve chorando por toda a noite? O que aconteceu? A minha ausência está te fazendo sofrer? Você se arrependeu de ter fugido desse amor que poderia mobilizar o Universo a nosso favor. Você chorou porque está cansado de buscar uma companheira e descobriu que ela existiu, existe e não pode ficar com você durante a noite, todos os dias, te cuidando, te apoiando, te erguendo das quedas, enxugando as suas lágrimas?

Sinto muito, sinto mesmo. Não posso fazer nada. Nossa sina será sempre a de encontros furtivos. Como citou você há alguns anos: “Que não seja eterno, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.”

Cris Marco
Enviado por Cris Marco em 25/06/2006
Código do texto: T182088
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