Instantâneos - um giro por Goiânia (Beatles, atrás de um notebook, o filho mimado...)

Instantâneos - um giro por Goiânia (Beatles, atrás de um notebook, o filho mimado...)

1. Na banca de revista, a capa da Rolling Stone brasileira informa a matéria de capa:" Porque os Beatles se separaram''. E me pergunto se há algo a ser dito ou escrito a respeito. tantos anos depois, quem ainda não sabe do assunto se interessa por isso?

Que bom que os Beatles se separaram! John Lennon fez bons discos e, deu total vazão à sua militância política, vivendo ao lado de uma mulher destituida graça, do rosto inexpressivo e gelado. Não é pouco. Paul MacCartney fundou uma banda, ao lado da mulher, Linda e, fez discos bons e, ruins. George Harrison pode mostrar o seu talento em discos interessantes. Ringo Star andou por aí, fazendo coisas - inclusive filmes e, casando-se com mulher bonita - nisto, superou os outros três.

Se estivessem juntos hoje, ringo e Harrison aguentariam Macca e Lennon, suas rusgas e mulheres, a insistência em causas de natureza pública ou ecológica? Com a passagem do tempo, o que estes senhores ainda teriam de interessante a dizer sobre, rock e outras coisas mais?

Os Beatles acabaram um dia - quando os meninos viraram homens. Ponto final. E isso foi muito melhor do que ver aqueles que foram heróis da guitarra nos festivais por aí, todos velhos, se arrastando no palco, cantando letras endereçadas a adolescentes e, dizendo tolices!

Pois é: dias atrás meu afilhado passava o fim de semana em casa, pegou um livrinho de cifras e, pediu que eu tocasse umas coisas do "Fab Four", pra genter cantar junto, num sábado à noite.

E eu, estupefato, perguntei quem o tinha apresentado às músicas dos caras.

Ele, incrédulo:na Internet, uai!

2. Fui à Americanas, pesquisar o preço de um notebook. Entrando, ouço a locutora anunciando justamente computadores portáteis.

Então me aproximo e, a ouço assassinar o vernáculo com uma mistura de dialeto de telemarketing com erros absurdos e estranhíssimos: "...é isso mesmo, notebuque Hp e sunsungue, em até 10 vezes! E levano o sunsungue, vc poderá estar levando de presente uma mochila..." saio atrás da locutora e, a avisto na sessão de acessórios para veículos, onde anuncia que o cliente "...poderá-estar-comprano no cartão, um excelente toca CDs, com entrada para..."

Aí, a vi por inteiro e, admirar sua perfomance. De microfone na mão, ela seguia nos tropegos anúncios de ofertas de preço, andando de um lado para o outro, olhando as vezes para o chão, como se contasse passos, gesticulando feito... Deixe-me ver...

... Lula! Minha nossa - o presidente da república que nunca desceu do palanque, tá fazendo escola!...

Mas, pensei: "vai passar..."

3. No consultório, esperando a hora do raio X. Entra uma senhora, acompanhada do filho adolescente Está sobrecarregada de coisas, nos braços. O filho, vestido de surfista. Ela pede que ele segure uns papéis.

Ele pega resmungando, depois os atira no colo da mãe. Ela diz algo como: "voce é um chato, meu filho!" Mas, a frase soa como súplica.

Depois de tomar água, traz um copo cheio e, levando a mão ao queixo do filho, pergunta: "quer um golinho, filhinho?" O tipinho diz que não resmungando, outra vez, sem ao menos dirigir um olhar à mãe. De braços cruzados, faz questão de mostrar quem está no controle.

Vejamos: quando criança, ela era mimada. Casou-se, mas o marido se mandou, quando descobriu que ela era mais sem graça "por dentro". No trabalho, ela é um perigo: manipuladora, puxa-sacos do chefe e, um tipo que não treme para derrubar alguém que pintar no caminho. Por essas e outras, quase não tem amigos, nem na família. Repete todo dia, ao pimpolho safado: "somos só voce e, eu nesse mundo, meu filho!" e capricha na pronúncia do "...meu filho!".

O filho não vai bem na escola. Em, alguns anos, vai estar por aí, dando trabalho, ligando da delegacia, mas madrugadas. Nessa altura, será capaz de agredir fisicamente à mãe (se é que já não agride).

E ela, dirá: "Oh, meu Deus! Oh, meu Deus!...", se comprazendo intimamente, fingindo protestar contra o destino cruel.

Será que errei em alguma coisa?