Quietinha, mas inquieta

Um dia ouvi de um amigo que quando fico quietinha sou “perigosa”...

Ri muito, pois tenho temperamento alegre e realmente não me aquieto com facilidade.

De alguma forma ele tinha razão.

Quando silencio estou num processo de mudança pessoal ou triste.

Quando quietinha estou num movimento interno de renascimento, mudança de valores e questionamento íntimo.

Pode não levar a nada.

Mas pode ser também, uma revolução.

De qualquer forma penso que perder é condição humana.

Sempre perdemos muito.

E com as perdas só há um jeito: perdê-las.

Com os ganhos apenas saboreá-los deliciosamente.

Inquieta...

Sinto que meu ponto de chegada nunca é aqui...

O ponto de partida é o agora.

Dou adeus ao desencontro e ao desencanto com certa facilidade.

Refugio-me na arte.

Especialmente na escrita.

Não é tarefa fácil isso!

Puxo meus cabelos, arranho-me, por que dói a dor do sentir.

Sinto o amor como um salto de trapezista sem rede.

É arriscado, portanto.

Por isso mesmo: mágico.

Preciso de espaço para voar.

Liberdade para querer ficar.

Alegria e algum desassossego...

Inquieta...

Sempre...

Quietinha, nem tanto...