DIAMANTES DE PEDAÇOS DE VIDRO

Qual desejo nos guia? Qual dúvida nos faz parar? Qual medo nos alimenta a fragilidade? Que sonho nos torna heróis? Mesmo que de causas perdidas? Quais causas nos demove? O que esperar dos dias que ainda virão? Como conviver com fantasmas do passado? E não perder as referências?

Às vezes as pessoas esperam respostas.

E elas nem sabem qual foi a pergunta.

Poucas vezes tive certeza absoluta sobre o que quer que fosse. Tudo que é perfeito, absoluto, unânime, me assusta. Melhor é deixar o absoluto com os físicos e a perfeição como parte da fé. Todo o resto é tangível, tátil, mensurável. Dessa forma, numa dialética, o defeito não me atrairia, o nada não me seduziria e as minorias suscitariam um sentido romântico na minha biografia diária. Mas gosto do prazer de conviver com a dúvida.

Eis o que me impulsiona ao encontro do desconhecido.

Nessa dialética invertida, o que sempre me atraiu foi a possibilidade - sempre presente – de desconstruir uma certeza e sustentá-la sob um novo olhar. Um olhar de fora, periférico, marginal.

Eis a visão que o estrangeiro tem da pátria alheia.

Uma visão abstraída de vícios, contradições, obtusidades e gratuidades. Pensar a vida como estrangeiro é escancarar as portas sem medo, desbravar limites e fronteiras, viver dada dia como se fosse o último no lugar que não é seu.

Isso talvez explique muita coisa.

Às vezes as pessoas procuram rotas certas.

E muitas nem sabem o que ver.

wallace puosso

LEIA MAIS SOBRE O AUTOR:

http://celebreiros.zip.net

Wallace Puosso
Enviado por Wallace Puosso em 26/06/2006
Reeditado em 13/04/2009
Código do texto: T182815
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.