Necessidades básicas

Claudia Schiffer, ex- top model, em entrevista bem do gênero “Querem parar de me encher o saco, por favor?”, disse: “Eu solto gases, faço xixi e cocô, igual a todo mundo”. Os termos que usou foram um pouco mais diretos e populares, mas deve tê-los considerado necessários, pois o mundo do glamour parece esquecer que certas pessoas têm as mesmas necessidades que nós dois, você e eu.

Vamos lá: se até as mulheres mais lindas e charmosas do mundo precisam, desculpem pela necessária crueza, defecar e outras coisas mais, por que há um descaso especial para com os banheiros em exorbitante número de locais públicos? Não, nem falo de praças e parques, porque aí já teria que falar de caos, mas de estabelecimentos públicos – especialmente eles – e privados – também em número considerável – que atendem ao público e onde usar o banheiro significa um exercício de superação pessoal e de reavivamento de todo um exército de anticorpos.

Ao lado de estradas ainda se vê placas anunciando postos, lanchonetes e restaurantes com a chamada: “Banheiros limpos”. Faz sentido? O que deveria ser regra, tratado e divulgado como honrosa e elogiosa exceção. Mérito para quem os tem, mas a situação é patética. Poderia ser criada uma classificação para banheiros de locais com frequência de público: de “Enfezadus” a “Higienicus”, em latim chocho, assim mesmo, para fortalecer o ridículo.

Nosso Mercado Público transformou-se num agradável local de encontro em várias noites por semana e, especialmente, aos sábados à tarde. Parece que falaram que irão reformar os banheiros, mas, por que só agora? Com quantos anos de atraso? E quando, afinal? O raciocínio é simples: se só há aqueles banheiros que mais se assemelham ao inferno brasileiro da piada (“Um dia falta lata, no outro não tem m...”), presume-se que todos, visitantes e funcionários, tenham que usá-los. Pode continuar a história, à vontade.

Pensando bem, nos fundos do Mercado existem árvores e, até, algumas moitas. Juntamente com a água do Rio Cachoeira, podem ser a solução rápida e eficaz para resolver o problema. Aí é só convidar a Claudia Schiffer...