COMIGO, AQUI NA CAMA - {fatos reais (2)}

COMIGO, AQUI NA CAMA

(O que pareceu; mas não foi)

Há alguns anos passados, estava eu em casa, descansando depois de uma jornada dupla de plantões mais uma dobra, dormia até tarde buscando recuperar as noites perdidas. Acordei com um chamado de uma amiga de família, que entrou e subiu ao quarto à convite de minha companheira que comigo estava e não quis descer pra conversar.

No quarto, as cortinas cerradas davam um aconchegante ar de penumbra, convidativo para um soninho maior. Eu, preguiçoso, estava coberto até a cabeça, enquanto me recusava a ouvir o blábláblá que elas insistiam em me participar- o assunto era importante- acabei me empolgando com o fato. Passaram se mais de hora, devo ter acordado às onze, visto que cheguei em casa às cinco mais ou menos; mas conversa vai, conversa vem... alguém chamou-me no portão.

Minha amiga, muito bonita por sinal e amiga de década da família, estava sentada perto da janela, ao lado de nossa cama, sentada no criado mudo quando eu lhe disse:

“_Atenda aí, que to com preguiça de levantar; veja quem é e pegue o recado por favor; diga que resolvo mais tarde”;

Ela, muito solícita abriu a janela e foi golpeada com a forte luz do Sol- a-pino, e; atordoada, remexeu os olhos com os dedos e com cara inchada pelo choque de luzes, parecendo cara de sono, perguntou ao amigo:

_”Quem é, em? Quem é o Senhor?”

Ele identificou-se e perguntou: O Troppo está?

Ao que ela respondeu após bocejar:

“Está aqui sim, na cama comigo; o que o senhor quer?”

O amigo, que me conhecia bem, e conhecia a minha esposa e família, ficando desconcertado, saiu literalmente correndo dali, apavorado com o que acabara de presenciar, sem sequer esperar mais qualquer palavra daquela “mulher” que insistia em o chamar pela janela... enfim, ela suspirou e se admirou quando nos viu às gargalhadas:

“_Eu em; ta todo mundo louco mesmo; o homem sai correndo se benzendo e dizendo que não é possível e vocês, não param de rir. Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

Foi então, que entrecortando o riso a minha esposa mal explicou o que acabara de acontecer e ela, muito envergonhada foi pra casa bastante acabrunhada e sem saber o que fazer.

A mim. Restou rir, rir e rir e depois levantar e tentar consertar o que já estava destruído.

Mas o difícil, foi mesmo convencer ao amigo que era tudo um mal entendido.

Ainda bem que ele não espalhou por ai...