Decifra-me ou te devoro!

A questão da idade e o que é a Esfinge sempre gerou discussões entre os humanos. Sua idade varia entre 10.500 a.C a 2.500 a.C entre as diversas pesquisas. Mas teorizo diferente. Desconfio que na gênese do universo quando o primeiro casal surgiu, ela já era o símbolo da tentação por devorar muitas criaturas. Ao contrário do que o livro cristão prega e muita gente pensa até hoje, a maçã está longe de adquirir corpo canibal, tão pouco se assemelhar ao físico masculino. Sim, porque a esfinge possuidora de toda inteligência não seria nunca uma mulher. Somente um homem com toda sua força e imponência estaria capacitado para exercer a figura de Esfinge e fisgar tais presas...

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O que pretendo aqui não é comprovar em que ano essa relíquia foi construída, ou outras coisas do gênero masculino, é óbvio. Mas desafiar quem me lê a decifrá – la.

Antes de dar continuidade ao texto, peço que responda o enigma abaixo e saiba quais suas possibilidades de sair ileso de uma possível aparição da Esfinge.

Já nos primórdios o homem detinha de todo o saber para ser Esfinge?

Seria o homem contemporâneo, a Esfinge evoluída?

Responda pra si e confira na leitura que se segue o resultado. Senão, curta ao menos a histórica guerra dos sexos que se repete desde Adão e Eva.

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Numa conversa no paraíso, A Esfinge tentava explicar à mulher a razão da sua visita, mas acabaram como todo tipo de casal, numa calorosa discussão. E no final, mais uma alma seria devorada para a surpresa dos presentes e do leitor.

- Isso...

- Hã!

- É!

- O quê?!

- Descubra!

- Mas o quê?

- O enigma, virgem criatura.

- Do quê?

- Da Esfinge.

- Pra quê?

- Pra eu não te incomodar mais.

- Sobre o quê?

- Responda qual é o enigma! Só isso...

- Quem?!

- O meu enigma!

- Por quê?

- Pra eu não te devorar, minha querida.

- Eu?...eu não.

- Sim, você!

- Mas quem é você?

- Eu sou o seu enigma...todos aqui já me conhecem. Até devem lhe ter dado dicas... não é?

- Sim e daí?

- Então...se você já sabe me responda. E não me enrole. Não seja mais uma das presas fáceis que aqui estão. Senão...

- Senão o quê?

- Te devoro mulher!

- Ah! Isso eu já sabia...

- Sabia o quê? Hein! mulher?

Em volta dos dois já havia uma platéia numerosa e estavam petrificados na expectativa de assistirem mais uma das vitórias da Esfinge.

Esses interrogatórios eram como as arenas no Coliseu, em Roma. Eram fantásticas as caras atônitas dos “candidatos ao saber”, mas também bem destacadas as dos espectadores ávidos pelo rugir do leão. Normalmente eram rápidas, principalmente com os homens que se entregavam mais facilmente à Esfinge. As mulheres eram que davam mais trabalho...

Enquanto isso, a mulher parecia calma, já a Esfinge parecia suar de cansaço e fomenta por devorar aquela mulher a sua frente. Impaciente, a Esfinge perguntou pela segunda vez a mulher (e que não destoava nem um pouco de madeixas loiras, conforme a época):

- Rápido! Sabia o quê? Fale, criatura desprovida de conhecimento...mulheres foram mesmo criadas para serem comidas!

Com toda sutileza, a mulher chegou mais perto da Esfinge e lhe disse:

- Eu, mulher que sou já saberia do ponto fraco dos homens. Uma longa conversa os fazem cair... e se enlouquecer assim (o que hoje poderia se denominar: discutir a relação). Nem mesmo a esfinge tem poder sobre os pensamentos femininos. É desse jeito cara Esfinge, que logo mais eu saberia que de fome eu jamais morreria!

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E é desse jeito que finda toda uma historinha. E comprova o que sempre sabíamos (sem demais explicações, pois não submetamos a inteligência alheia, não é mesmo).

Longe de mim os machismos e feminismos exacerbados!

E se você chega até aqui salvo de arranhões, mordidas ou outras cicatrizes pelo corpo... parabéns, pois desvendou o meu enigma.

Agora, se você que me lê não entendeu a história...lhe aconselho a pedir auxílio à mulher mais próxima de você (dizem que seu cerebelo codifica melhor, palavras assim agrupadas. O texto! Você deve saber, é claro...).

Ou senão... explore todo seu recurso matemático numa fuga imediata! Pois você corre sérios ricos de ser devorado!

aLa
Enviado por aLa em 27/06/2006
Código do texto: T183483