Devemos amar como não houvesse amanhã...

Chovia muito, talvez até pedras pelo barulho incessante das janelas. Não queria olhar somente ouvir a balbúrdia, como uma cantilena que se ecoava, simples como todas as coisas repetitivas eram. Ouvir a chuva fazia bem a sua alma cansada das estripulias que cometera vida afora. Recolhera-se a uma opcional solidão. Ninguém lhe disse: para e fica em paz. Possuía sede de viver, mas em algum momento ou instante cansara das novidades, dos sonhos que viriam do porvir insano dos dias corridos, da busca incalculada do mais e mais.. O filho lhe dizia: és uma romântica, pois vives no passado ou no futuro , não consegues ver o hoje... Claro, ele tinha razão, o atualmente nunca existiu pra mim. Mesmo amando o Renato Russo cantando que devemos amar como se não houvesse amanhã. Nunca consegui viver assim, atordoada de tanta realidade. Namorava o mundo distanciado dos devaneios viindouro, mesmo que eles nunca chegassem. A tal da vida... A corrida, a insana, esta não lhe faria falta. O som da chuva batia nas janelas, enquanto me deitava com leveza e suavidade, preparando-me para mais uma noite de insônia misturada as leituras, a música e a internet..... Talvez, amanhã...

Isa Piedras( 28/09/2009)

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 28/09/2009
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