A hora do fim !

Palavras são somente palavras

Perdem-se no vento, no tempo

Eis-me aqui amarrada, algemada

Sem minha carta de alforria

Como é difícil a hora do fim

Tudo ganha importância

A louça já trincada

Os livros nunca lidos

Os discos jamais ouvidos

A TV ultrapassada, aquela relíquia

Que não tem feição, nem som

Como achamos desculpas,

Para ficar mais um pouco

Na caverna que nos aprisiona, nos fere,

Tal qual a metáfora do mito da caverna

Temos medo do desconhecido, da luz

Das sombras,da liberdade

Principalmente quando descobrimos

Que podemos ser felizes, sonhar, viver

Que não existe só penumbra, nuvens ,tristeza

Que viver é dádiva divina

E o Universo conspira à favor da criatura humana

Que as estrelas são símbolos mágicos

E a lua pode ser cúmplice

Das mil noites belas que teremos

O sol que aquecerá nossos dias

As oportunidades de viver em paz, alegria

Sem nunca mais um berro, um grito

A pobreza de espírito, nauseante

Nunca mais os cheiros, os sons guturais

A dor na alma...a falta de poesia

Como é difícil ir sem olhar para trás

O que nos prende a uma vida sem esperança

Sem brilho, sem amor, sem Deus, sem fé

O que nos faz vibrar com a pena

Que sentimos de nós mesmos

Somos gente, não hienas

Liberdade, Senhor

Liberdade!

Flor do Córrego
Enviado por Flor do Córrego em 01/10/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1841880
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