Aquele alguém

Você já deve ter se perguntado se na sua vida vai haver AQUELE alguém. AQUELE ao qual você vai dedicar cada precioso pensamento, cada precioso minuto, cada preciosa gota de carinho, cada precioso olhar infinitamente apaixonado...

Quem sabe você olhe para este texto e diga: “Pois bem, Kátia, eu já achei ‘o meu alguém’”, ou quem sabe você olhe e pense que você já desistiu de encontrar essa pessoa... (muitas são as hipóteses do que você pode pensar...)

Cada paixão nova a gente acha que “Agora, sim. Acho que é pra sempre!”. O fato é que todos têm que aprender a lidar com as qualidades, com os defeitos, com manias... Em geral: com as personalidades e com a necessidade de carinho que todos os seres humanos têm. E é por isso que antes de encontrarmos o nosso amor, temos que encarar tantas outras paixões, tantos outros fatos loucos que se estendem no decorrer dos nossos dias. Mas isso não é bom, pois as pessoas aprenderam a fazer coisas que machucam, e então se tornou difícil diferenciar um sentimento verdadeiro (por mais que não seja amor...) de ‘falcatruas’. Se esse aprendizado e ‘saciedade’ fossem adquiridos de maneira em que os dois lados saíssem com mais privilégios do que perdas, aí sim valeria a pena. Mas, infelizmente, não é assim que acontece.

No livro “As lendas dos Anjos”, escrito há muito tempo atrás, o autor cita: “...quanto ao amor verdadeiro, quando colocar teus olhos nele, não terás mais duvidas.”. Pergunto-lhe: Como não ter duvidas em uma geração onde ‘todos são de todos’... Onde apaixonar-se é cotidiano... Onde falsas promessas são feitas descaradamente... Onde sentimentos são trocados por prazeres banais... Onde um dos lados sempre sai ferido...?

Tenho duvidas quanto ao que sinto. Tenho duvidas em relação a mudar um pedaço da minha vida por alguém, alguém que no momento me pareça mais que ideal, mas que no amanhã pode dizer que foi tudo um mero engano e sair da minha vida. A inconstância e a insegurança tornaram-se (falsas) aliadas. Acostumamos-nos a sofrer pelas nossas duvidas, pela falta de alguém que se dedique a nós com vontade e com verdades. Sofremos por falta de pessoas que sejam inteiras para conosco.

Você é uma pessoa inteira quando está com alguém? Por mais que você saiba que a pessoa com que você está não é aquela? Você se relaciona com dedicação, carinho, vontade e verdades? Eu confesso que por vezes não fui inteira, pois fidelidade nunca foi o meu forte, mas posso garantir que fiz o máximo (em todos os outros sentidos) pelas pessoas com quem me relacionei.

Acho que se todos fossem inteiros, todos teríamos menos sofrimento em nossas vidas, pois a vida sentimental mexe muito com os nossos pensamentos, e com todos os setores da nossa vida. E seria menos difícil saber quando AQUELA pessoa está ao nosso lado.

Será que você já não esteve com AQUELA pessoa e as duvidas, de ambos, os separaram?

Será que eu estou com AQUELA pessoa e as minhas duvidas estão me afastando dela?

Quais duvidas? Estas: “Será que é ele (a) ?”, “Será que está me traindo?”, “Será que não estou enganada?”, “ Será que é mais uma pessoa com falsas palavras de amor?” ... Essas são algumas dentre tantas outras.

A única coisa que posso dizer é que a “modernidade” está acabando com o amor. Todos buscam sua cara metade, todos sonham em ter filhos, constituir uma família e viver ao lado de alguém que realmente vale a pena, mas cada dia isso vira mais sonho do que realidade, pois as pessoas têm deixado de ser inteiras. É claro que existe uma pessoa certa para cada um de nós, mas, convenhamos, esse modo louco de “estar” pode nos deixar sozinhos para todo o sempre (ao menos o sempre desta vida).

Beijo para quem "perdeu" um pouco do seu tempo lendo o meu texto.

Polar
Enviado por Polar em 29/06/2006
Código do texto: T184507