O Dia da Procissão Franciscana

Hoje é dia de s. Francisco.

Minha vida nem resume a nada nesse dia. Não sou o ser mais importante. Ouço minha mãe dizer que é importante ir a procissão. Questões de fé. No mais, imagino-me individualista: não sou o ser mais importante.

Hoje é dia de procissão. E isso até que me alegra.

Em tempos de globalização acelerada, tempos de ciência versus deuses, é engraçado alguém perder o terço perto do computador. Levar pedras da na cabeça por um doença que a ciência, com todos os seus meios, não conseguira, então, descobrir.

A banda traz o santo com seu hino. Os sinos dobram para avisar a cidade que S. Francisco caminha por estas ruas cheias de lixo e areias da construção civil. A banda toca uma marcha lenta que o povo acompanha em um singela caminhada. Os sinos dobram mais alto - eu sei por que os ouço agora. As pessoas vão para as janelas. As pessoas vão para as ruas de pés descalços, de pedras na cabeça ou vestidas como o santo.

O caminhar lento, a lágrima, o riso, o burburinho, a oração concebida ali mesmo, no meio da rua. Toda a simplicidade que é feita a cristantade mais humilde. Quando o homem se vê pequeno realmente.

Ainda ouço minha mãe chamar-me a participar dessa marcha. Não quero, obrigado. Prefiro viver em minha curta questão de fé, pois, mesmo que eu não esteja na procissão, ainda faço parte dessa marcha franciscana.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 04/10/2009
Código do texto: T1847845
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