Crianças...
Em meu texto "Engenho de Arroz" tem-se uma ideia arredondada dos meus dias de criança...
Voltas na macieira... Nas cascas de arroz e os banhos no arroio...
O olhar perdido e questionador...
Em outro, "Futuro", a preocupação com o que vinha ou deveria vir... A cobrança pelos direitos de todos...
Hoje, data comemorativa, mais uma entre tantas ditas pelos homens, acaricio a minha "cria", para mim, sempre criança.
Acredito que boa parte de mim ainda é criança.
...A verdade predomina... Os sonhos sempre acesos... E as perguntas que movimentam o universo.
Sementinhas de gente passaram logo cedo pelas ruas... Sua crenças... Seus pedidos... Outras ainda dormem, sabem apenas que é feriado... (Em boa hora, em plena segunda-feira.)
Algumas com seus presentes... Outras, cobertas de vontades ainda... E mais outras cobertas nas calçadas...
O cidadão que nem existe ainda... Um rasgo na cidade embrulhada por papéis coloridos.
Crianças... Havia um tempo que eram consideradas adultas... Tinham o mesmo tratamento e responsabilidades...
Hoje em dia, dizem, que são o centro... Que seus direitos são diferenciados...
Posso ver que algo mudou... Mas, algumas coisas são as mesmas...
O pequeno-adulto precisa espelhar-se nas vestes da mãe... Nas compras de shopping lotado... ( Mudou-se a forma de pensar? Tenho dúvidas...)
Os castigos ditos esquecidos... Ainda vejo marcas nos corpinhos debilitados...
Hoje, dia de padroeira... Dia de fé... E fé não se discute...
Sou neutra, nisso tudo...
Pedir aos céus... Pedir ao vento... Pedir que alguém não se descuide de suas crianças...
Quem sabe assim, o mundo aproveite a oportunidade de deixar como legado os sonhos... A poesia... O ludico-direito... A comidinha na mesa... O sorriso desdentado, apenas na idade certa... O rosto coberto de beijos, e não de lágrimas.
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