"Tua Foto, Imagem de Vida"

Evaldo da Veiga




Dessas que acontecem com raridade.
Transmitindo cor, luz e movimentos.
Aquela mesma emoção do instante em que aconteceu.
Cristalizando atos, sensações e situações que poderiam
 estar esmaecidas pela ação do tempo, mas qual o quê,
 permanecendo vívida.
Foi pouco convívio, bem pouco.
Se somados os raros momentos
não preenchem um breve documentário...
Seria assim, em tempo, um filme de curtíssima metragem,
movimentos rápidos, uma breve película.
Mas como você existiu plena em seu jeitinho lindo.
Em tempo tão breve...
Uma certa vez, tudo certo em seus movimentos...
De tempo incerto , imprevisto, por demais fragmentado.
Você morava numa Travessa que depois assumiu 
denominação de Rua.
E nela, uma Vila um tanto pequena pra ser uma Travessa,
mas nem tanto, até podia ser, mas na dúvida
ela permaneceu sendo chamada de Vila
Ela existia convivendo com outras Vilas, na mesma Travessa,
naquela mesmo, que se assumiu como Rua.
Você também mudou, mas permanecendo sempre a doce
meiga e terna Menina, em corpo Mulher.
Nesse dia em sua casa na pequena Vila, você tocou violão.
Que encanto! Tua dimensão já imensa ampliou-se.
Eu só via você...
O tempo foi passando e tua imagem retida em minha alma,
era uma foto presa em minha retina
Te via muito além da imagem estampada num papel,
em uma tela, te via vendo uma verdade, um lindo momento.
Um dia, depois de algum tempo que era bem distanciado,
e foram longos os interregnos da nossa vida,
você surgiu na Praia, que emoção...
Em um biquíni bem tímido em tamanho se comparado aos de hoje,
Mas como permitia te ver... deixando-a nua em minha imaginação,
que  tirou você da praia, e te conduziu ao meu lado.
Eu queria ter você, todinha...
Alma e carne te buscando, não era mais ternura simplesmente.
Era ternura envolta em desejo Homem/Mulher
Corpo delineado de tal forma, que se apresentava
como frágil porcelana, delicado...
Mas em apreciação bem profunda'
se via um mundo de desejo...
Te imaginei várias vezes.
Parece até que te imaginei sempre fazendo amor.
Um amor consentido pela Santidade
e que te permitia desejo de mulher.
Bem mulher, em todos os prazeres inerentes
ao corpo, sem a perda do jeitinho meigo e doce.
Do Anjo que permaneceu existindo na Menina
da Foto, exatamente como És.

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