"CITIUS, ALTIUS, FORTIUS!"

Foi muito bom ver e ouvir, com aquele sotaque, do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, o anúncio da cidade vencedora para sediar as Olimpíadas de 2016: “Rio de Janeiro”. Tenho absoluta certeza que em uníssono, por todo Brasil, se ouviu o grito da alegria, da satisfação e do orgulho de ser brasileiro.

Por mais que sobrevenham as críticas, as perguntas do tipo: “Quem vai pagar a conta?”, “Porque não investir esse dinheiro em Educação?”, “Como ficam as crianças que passam fome?”, temos sim que comemorar o fato. As roubalheiras continuarão existindo, os problemas com investimentos em educação ou programas sociais continuarão existindo, com Olimpíadas ou não. É preciso entender que não se pode “criar” um povo somente com cartilhas e pães. Isto não basta! Não se trata também da velha máxima “Pão e Circo”, pois não precisamos de circo, no sentido pejorativo, precisamos é de espetáculo. E precisamos atuar neste espetáculo, sermos os protagonistas. É preciso que este povo seja orgulhoso de seu país, de sua gente, que se espelhem em seus atletas-heróis, em suas disciplinas, suas perseveranças e em suas conquistas, para que se valha de seus exemplos.

O Esporte é uma das vias para a inclusão, qualquer que seja o adjetivo que lhe venha depois; ensina a disciplina, porque precisa dela, desenvolve a auto-estima, porque é um fator essencial para o sucesso, estimula aos desafios, quando estabelece o objetivo, a meta. Um povo feliz na sua totalidade precisa desses ingredientes. E aliado a tudo isso vem o orgulho que sentimos de disputar com outras grandes cidades, potências, e sairmos vitoriosos. Isso foi maravilhoso! Não pelo fato de ganhar das outras, mas por percebermos que começamos a ser vistos pelo mundo, a sermos notados. Sentirmos que temos identidade, temos cara, temos uma história. Somos um povo que luta, com todos os percalços, por uma vida digna. Merecemos este reconhecimento.

O episódio em Copenhague nos projetou para o mundo e o será muito mais ainda quando da efetivação do evento. O Rio de Janeiro e o Brasil terão uma oportunidade ímpar de mostrar seu valor. O valor que de fato temos.

Agora, explicando o título deste artigo, para quem ainda não sabe, trata-se de uma citação em latim que significa: “O mais rápido, o mais alto, o mais forte!”. É o lema das Olimpíadas, do ideal olímpico. A citação resume a postura que um atleta precisa ter para alcançar seus objetivos. Sua essência está na superação dos limites. Ou seja, mais importante do que terminar em primeiro lugar, é explorar o próprio potencial, dar o melhor de si e considerar isso uma vitória. Que venham as Olimpíadas!

-Crônica publicada no jornal Voz da Terra, na cidade de Assis, em 14/10/2009.