Olimpíadas 2016

É absolutamente forte o espírito festeiro, descontraído, dado, do povo brasileiro. Se Pero Vaz de Caminha estivesse hoje por aqui entre nós, certamente que a sua carta ao rei de Portugal seria e estaria deveras colorida e faltaria papel para descrever a alegria do nosso povo. Mas isso é passado e o que nos interessa agora é o futuro, as Olimpíadas de 2016, a grande festa dos povos civilizados.

Desde o seu nascedouro, na Grécia Antiga, que os jogos olímpicos, ano a ano, vêm crescendo de forma impressionante. Hoje eles representam muito para o povo. É uma das maiores formas de confraternização entre os homens, sem se levar em conta raça, cor ou credo.

O Brasil foi o escolhido para sediar os jogos olímpicos de 2016. Terá a responsabilidade de arrumar o cenário e fomentar a paz entre os homens. Estarão por aqui entre nós judeus e palestinos, árabes e israelenses. Todos verão do samba ao futebol.

É claro e bem entendido que, por trás de toda essa armação alegre de uma grande festa, está o poder econômico, o capital, o lucro. As Olimpíadas são uma imensa vitrine, onde os países têm a chance de mostrar e vender seus principais produtos. A maior das asas do empreendimento está embasada no capitalismo e visa a lucros bastante interessantes. Nada é por acaso ou apenas por diversão. As olimpíadas trazem dividendos gordos, tanto para o país que sedia, como para o Comitê Olímpico Internacional. É uma festa linda? É! Tem que produzir lucros? Tem! Não é à toa que ela cresce geometricamente nas últimas décadas.

Ao Brasil, caberá o desafio da organização inteligente, da recepção perfeita, do acolhimento ímpar. Tudo isso, é claro, seguindo regras muito bem estabelecidas, sem a permissão de falhas.

Sabe o mundo que nosso continente, graças a Deus, não comporta homens bombas ou similares, mas por aqui estarão sendo recepcionados por nós, brasileiros, todo tipo de gente, o que nos exigirá um trato muitíssimo inteligente para com todos os nossos visitantes. Não nos caberá permitir que tragédia nos azoe. Teremos a obrigação de produzir um espetáculo desigual a todos os que foram vistos até hoje.

O chorinho alegre do presidente Lula não trará dividendos aos jogos olímpicos nem de nada adiantará fazê-lo. O que os brasileiros devem começar hoje mesmo a fazer é mudar radicalmente a face da violência em nosso país e esforçar-se para aprender com bastante rapidez a receber exemplarmente os nossos turistas que, a partir de agora, deverão descer em nosso solo com anseios olímpicos. Teremos que construir um Brasil diferente e um Rio de Janeiro muito mais.

OPINIÃO

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