Descrição (Mais Uma)

Costumo ser o que desejo. Mas, na maioria das vezes, sou eu mesma, mesmo sem saber ao certo quem sou.

Tenho o costume de me dar asas, porém, sempre invento armadilhas que caio com facilidade.

Cair sempre me ensina a rir de mim mesma com gosto e, estranhamente, salivo gosto de vingança na boca, gosto que eu não desejo salivar por mais ninguém. Sim, sou cruel, às vezes.

Me maltrato e me curo. Tenho mania de autosuficiência, mesmo flertando sempre com a carência e o desejo de me entregar à qualquer colo.

Um dia eu já pensei saber bem da vida. Hoje? Hoje sei que a vida sabe bem de mim. Claro que isto não me basta. Vivo a questionar motivos e razões para tudo. Mas...

Intensidade: esta, talvez, é a palavra que me descreve bem.

Débora é esta que, mais uma vez, se faz palavras na tentativa egoísta de se desvendar e se conhecer.