ONDE ESTÁ O PROBLEMA?

Há muito tempo essa pergunta me persegue. E, não sou detentora da verdade. Mas, com base em fatos reais, que vivencio, e a prática de leituras, tenho minhas convicções. Posso estar errada. Entretanto, até que me provem o contrário continuarei convicta.

O fato é que desde o início de minha carreira como educadora – a qual me dá muito prazer – venho me perguntando por que a cada dia a educação pública – conheço a realidade da educação particular e sei que esta é menos ruim - brasileira cai em fracasso.

Percebe-se que os condicionantes do fracasso são variados, distribuindo-se entre fatores ligados diretamente aos alunos e às escolas. Relativamente às características dos alunos, salienta-se o seu universo familiar, o nível socioeconômico e a escolaridade dos pais. Pesquisas mostram que familiares mais escolarizados valorizam mais à educação, acompanham e estimulam os seus filhos, inclusive em tarefas do dia-a-dia escolar, ações que elevam as chances de sucesso.

Entretanto, como pedagoga, com mais de duas décadas de trabalho em escolas, sempre acreditei que as práticas escolares deixam muito a desejar. E, como fatores condicionantes posso citar o próprio sistema educacional, engrenagem de uma sociedade capitalista, a má formação dos educadores, falta de valorização do profissional. E, liquidificando esses fatores resulta numa apatia educacional geral onde resulta neste fracasso atual.

Hoje, observando a maioria dos colegas educadores, parecem estar conformados com essa realidade, sentindo-se incapazes de mudar este quadro desolador. Sinto como se todos estivessem condenados a morrer apáticos.

Felizmente, não me vejo neste quadro conformista. Acredito na potencialidade de todo ser humano, em sua capacidade de mudança. E, é essa luta que coordeno por onde passo. Ando com a bandeira verde esperança hasteada sempre.

E foi com esta bandeira, na mão, que fui participar do I Encontro Estadual de Gestão e Resultados Educacionais do Rio Grande do Norte, em Natal, no período de 29 de setembro a 01 de outubro do ano em curso. Onde tive a oportunidade de estar com representantes do MEC e da SEEC-RN, apresentando resultados das avaliações – Provinha Brasil, ENEM, SAEB, Olimpíadas, entre outros - que veem sendo aplicadas nas escolas brasileiras, aproximadamente há dez anos, objetivando encontrar caminhos para mudanças neste quadro educacional.

Além das amostragens, via gráficos, muitas discussões foram suscitadas. Inclusive mudei minha visão com relação aos números, que antes representavam dados frios para mim. Hoje, já sei que por trás de cada numero há dado pedagógico. Isto agradeço, especialmente, ao palestrante João Luiz Horta Neto do INEP. Que com seu conhecimento e resultados em mãos nos alertou para a necessidade da escola repensar o seu fazer pedagógico, uma vez que não se pode negar os investimentos que veem sendo feitos em níveis estruturais e em material humano, através de redes de formação continuada.

Então, retomo a pergunta que intitula este texto: onde está o problema? Se estar havendo maiores preocupações e investimentos por parte do sistema educacional, por que ainda não descobrimos o caminho que leva a uma educação de qualidade, já que é um direito de todo aluno?

Acredito que a resposta pode está num trabalho mais estruturado por todos que fazem a escola. Partindo de um direcionamento a partir do Projeto Político Pedagógico. Portanto, se faz urgente uma reestruturação no fazer pedagógico. Nós, educadores, precisamos nos desarmar de nossa ignorância e abrirmos as portas para a humildade entrar cheia de novas possibilidades. Só assim acredito numa educação para todos.

Ontem foi o dia do professor e tenho muito orgulho de ser. Todos os outros profissionais passam em nossas mãos... Bjooooooooo!!!

Fátima Feitosa
Enviado por Fátima Feitosa em 16/10/2009
Código do texto: T1869536
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