O que foi essa copa, senão uma paixonite????

Eu queria voltar a escrever com tudo... Férias, tempo livre, descanso, tudo parecia muito propício... Exceto pela falta de assunto...

Com tantas novidades para comentar, estou aqui, sem ter sobre o que falar...

O que foi essa copa, senão uma paixonite????

É assim mesmo, no começo a gente se empolga, tudo é muito lindo, muito perfeito. Fomos até favoritos!! Mas depois descobrimos os defeitos do outro, ou simplesmente nos desiludimos... O outro pode não ser perfeito, às vezes, por melhor que sejam os atacantes não há gol. E ninguém consegue explicar o porquê! Por melhor que sejamos, ainda não somos a namorada perfeita...

Estou aqui, desiludida por mais uma paixão que não emplacou...

Mas isso nem me dói tanto assim, não deu tempo para o envolvimento, o maior problema é isso agora... A falta de alguém para pensar e o passado assombrando... Eu sei que faz pouco tempo, mas é difícil recomeçar.

Enfim, não culpo a seleção pela o desapontamento, não culpo o barman por ser, como posso dizer??, galinha. Nós é que criamos as expectativas, eu que achei lindo o jeitinho que ele prendia o cabelo, que ia até o ombro... O formato do pescoço, como ele servia as bebidas, o jeito sem graça que me olhava quando eu o encarava e fazia menção de um beijo. Como segurava na minha mão para me dar a água. O ciúme disfarçado que sentia quando os outros homens me procuravam... Poderia ter sido, mas nunca em nenhum momento ele disse que sim. Nunca ele nem se quer imaginou tudo o que eu imaginei, em apenas alguns minutos de primeiro contato visual.

Era legal, fim de festa eu debruçada no balcão, ele organizando tudo. Eu olhando, ele olhando e às vezes, a gente se olhando.

_ Quanto custa um beijo?

Era engraçado ver como ele corava. Não demorou muito para um drink, sem querer, ser derrubado...

No outro dia, no meio da música, da bagunça, da loucura, do alto, lá de cima, ver ele me olhando, vigiando discretamente e fazendo malabarismos ao mesmo tempo, numa perna de pau.

Não foi tão difícil sonhar...

O quadrado mágico até funcionou, algumas vezes... Tiveram tentativas de bons dribles... Perderam-se até alguns quilos.

Mas o sonho acabou mais cedo! Não houve nem mesmo um beijo!!!

Assim, no terceiro ou quarto dia, ele sorriu para outra, passou o telefone para outra e segurou as mãos de outra.

Foi o gol da França! Não, não podia ser!!!

Foram mais de quarenta e cinco minutos de desespero... Não houve prorrogação, nem pênaltis...

O jeito era me conformar... Lutar pra quê??

Se a Copa foi vendida eu não sei, mas sei que a decepção dói!

E agora não adianta nem mesmo suposições infundadas... Nem quero mais ir àquele bar...

Talvez eu queira um barman particular.

Jule Santos
Enviado por Jule Santos em 04/07/2006
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