[Um trecho do meu próprio diário]

19/4

o órgão da igreja vizinha toca baixinho e os pombos se ajuntam a comer pães pelos gramados da manhã... de fato pode-se dizer: é domingo, ó primavera!

o vento assopra gentilmente, falando de amores às arvores... os jardins de infância estão todos fechados, o barulho das crianças toma seu lugar apenas nas mentes daqueles que transitam pelas proximidades... pois o domingo é a saudade, a doce saudade daquilo que veremos novamente amanhã, mas que, por fingimento, não queremos ver hoje. o domingo é dos insetos e suas antenas preguiçosas, o domingo é dos carrinhos de bebês pelas ruas com suas mamães, dos cães e suas coleiras, o domingo é - às vezes - dos churrascos pelos clubes azuis e suas piscinas e suas cervejas compartilhadas, o domingo é o dia universal e completo do descanso - mas isso todo mundo já sabe - então, vento, cães, crianças, cervejas: celebremos de pernas para o ar. pois quando será o próximo?