MARAVILHAS QUE CONHECI


Talvez pelo título possam pensar que tecerei alguns comentários de  lugares especiais, lugares afrodisíacos, verdadeiros paraísos que a natureza me proporcionou conhecer. Mas, as maravilhas que por agora comento, são muito mais maravilhosas que o mais maravilhoso de todos os lugares que conheci.

Existem certas coisas na vida, que agradeço sempre a Deus, a oportunidade de ter permitido conhecê-las, vivê-las!

Hoje, quero compartilhar com todos, duas dessas oportunidades que acompanhei, vivenciei e me sinto agraciado por tê-las. Duas personalidades marcantes na história e no aprendizado de minha e milhares de outras vidas.  Falo de: Francisco de Paula Cândido (Chico Xavier) e José Datrino (O Profeta Gentileza).

                                         
Confesso que essas duas pessoas me ensinaram muito do que hoje sou espiritualmente. O Primeiro (Chico Xavier), vi pela primeira vez numa reportagem de televisão quando eu era ainda bem criança. Foi tanta empatia, foi tanta alegria que senti nas palavras daquele homem feio, franzino, que a partir daí, comecei acompanhar mais de perto a vida e o trabalho do Chico Xavier.

Algumas passagens interessantes pude ler, ouvir e ver sobre aquele que me encantou de pronto pelo contraste. Uma pessoa franzina, feia e tão linda e tão forte! Chico como gostava de ser chamado, nasceu numa pequena Cidade do Estado de Minas Gerais (Pedro Leopoldo), visitava frequentemente a igreja de sua cidade, desde criança adorava as missas, as músicas, os vitrais e a paz que tudo aquilo lhe trazia.

Ao chegar perto dos seus treze anos de idade em conversa com o padre, comentou das coisas que via e ouvia enquanto o padre ministrava as missas, contou com tanta riqueza de detalhes que o padre e amigo, disse ao Chico que ele tinha o Dom de ver os espíritos e que talvez devesse procurar se desenvolver no (Espiritismo).

Mas, o rapaz continuava a frequentar a igreja até que, aos dezesseis anos de idade orando em seu quarto, recebe a visita de uma luz intensa ao mesmo tempo em que escuta em sua mente algumas palavras: “Você foi escolhido, sua missão é dar o que comer aos que nada têm para se alimentar.”

Mas como? Indagou Chico, dizendo que era uma pessoa de muito poucas posses. Você escreverá muitos livros e o que com eles ganhar, reverterá no que comer oferecendo aos necessitados e isso é a partir de hoje. Naquela noite Francisco ficara se questionando.

Como pode, mal tenho o primário como vou escrever esses livros? Mais tarde, quando já se passava da meia noite sentiu fome indo à cozinha, viu um pedaço de pão sobre a mesa, lembrou do que tinha ouvido, embrulhou o pão, saiu de casa e ofertou ao primeiro mendigo que encontrou. A partir desse dia, Chico Xavier até pouco antes de sua morte, saiu todos os dias para alimentar os pobres e foram milhões de cestas de alimentos, compradas com os mais de quatrocentos livros que ele editou no Brasil e no exterior.

De tudo, o que mais me impressionou em Chico Xavier, foi o desprendimento total que conseguira, com as coisas da matéria. E isso ficou bem forte em mim, quando já bastante doente, ao se dirigir para o hospital, caminhando vagarosamente apoiado em dois de seus muitos amigos, um repórter, acompanhando a dificuldade de locomoção daquele homem franzino, enfraquecido, quase moribundo, espera o Chico acomodar-se no carro e pergunta: E aí Chico, como você está?

Dizem que estou muito mal, sorriu e continuou sua fala numa tonalidade quase imperceptível... Mas, nunca me senti tão bem!"


A outra personalidade que tive o privilégio de conhecer foi José Datrino (O Profeta Gentileza), esse conheci andando pelas ruas de minha cidade quando era ainda muito criança.

Em dezembro de 1961, um grande circo de uma companhia americana instalou-se em Niterói. Num Domingo próximo ao Natal e com sessão lotada, um incêndio criminoso desesperou toda a cidade. Só na rua onde eu morava, morreram três pessoas.

José Datrino, um empresário do ramo de transporte de cargas, se comovera tanto com a tristeza daquelas pessoas que largou tudo que tinha para levar um dos seus caminhões para frente do local onde ocorrera o desastre. Por lá, viveu em seu caminhão cerca de quatro anos, confortando centenas de pais, irmãos que iam frequentemente ao local, a procura de lembranças dos seus entes queridos, vítimas do incêndio.

Muitos das pessoas ainda revoltadas com o acontecido se acalmavam logo que ouviam as palavras de conforto de José Datrino. Com o tempo os cabelos foram crescendo e suas vestimentas se modificando. José plantou grama sobre o terreno onde só havia cinza, plantou também flores e sempre que alguém se irritava ele dizia: “GENTILEZA GERA GENTILEZA”. Eu fui crescendo e me acostumando a ver pelas ruas de minha cidade aquele senhor de barbas brancas que a mim, lembrava muito a figura de Moisés e talvez por isso, ganhou o apelido (PROFETA GENTILEZA).

Quantas vezes, indo pro Rio de Janeiro encontrei aquele velhinho segurando algo que lembrava a tábua dos dez mandamentos e noutra mão, um ramo de flores. A todo tempo da travessia da barca, o profeta ia lembrando as pessoas os ensinamentos de Deus.

Certa vez, retornando do Rio de Janeiro “GENTILEZA”, parou bem em minha frente ofertou-me uma das flores que carregava e olhando nos meus olhos, disse: Gentileza Gera Gentileza, olhei também nos olhos dele e sorri agradecendo a flor. Com certeza, esse foi o mais marcante dos momentos de minha vida, pra mim, um momento mágico.
 
Francisco de Paula e José Datrino foram sem sombra de dúvida, maravilhas que conheci!






Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 17/10/2009
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T1871865
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