Para a "baixa da égua"

Quando nós adentramos nos movimentos econômicos financeiros do Estado brasileiro, podemos constatar os dados do gosto e do desgosto. Acho que procuramos esses dados, motivados pelo afã de inibir esses excessos que o próprio governo comete, e é por isso que tanto sabemos deles.

Em 2008, a carga fiscal encheu os 35,8% do PIB. Todos os tributos, tanto os que incidiram sobre a renda, quanto os outros que o fizeram sobre o consumo, tiveram expansão. O consumidor brasileiro resfolega, geme, mas vai, só não se sabe até onde!

Brasília tem alimentado e nutrido um bom punhado de intelectuais cortesãos e magos desinformados, além de políticos bastante desinformados do mundo, porém bem afortunados. Tem sido visto fazer-se muito pouco do que o povo brasileiro realmente necessita e, de tanto pedir, reservou-se no direito tonto de calar-se. Isso é que é o pior, mas restam-nos poucas esperanças. Avolumam-se projetos de leis, reuniões e bastante blablablá. A real efetividade de convencimento com o resultado de tudo isso que se engendra por lá é o que mais nos tem faltado.

Dá desânimo voltarmos a ofertar créditos nesse clã que desgoverna e engana há décadas. As promessas são deveras mal cheirosas, nauseosas. Não nos convidam a voltarmos a ter os legítimos interesses de poucas fases passadas de nosso desenvolvimento. O que parece mesmo é que o trabalho dessa gente vira sombra e o vento leva.

Cria-se em tudo isso, pois, algo indesejado. A civilidade adoece. Vislumbra-se, por trás de todo esse retrato fidelíssimo das ações governamentais, o marasmo fiel à banda podre do governo- a outra face perversa das promessas dos palanques.

Se eu pudesse, juro, enviaria esses desprestadores de serviços públicos, todos eles, para a “baixa da égua”. Eleições só existiriam para os cargos bem majoritários. Prefeitos e vereadores seriam escolhidos pelos governadores. As escolhas seriam feitas apenas pelas respectivas probidades técnicas e morais e pronto!

O erário tem sido subtraído para pagar a meia dúzia de preguiçosos cujos únicos compromissos que defendem são os em benefício próprio. Os anos passam, e essas mazelas se multiplicam, e a sociedade assiste desolada a tudo e pouco faz para antidotar esse mal, lodo cruel e vergonhoso.

Ir para a “baixa da égua” é pouco! A dimensão dos obstáculos a que o povão brasileiro está submetido é escandalosamente grande. Falta sintonia política entre o governo e a sociedade como um todo. As conveniências da classe política são parciais demais. Há um olho gordo nas ações de tantos deles que a Pátria chora silente.

Os assuntos de reais interesses sociais habitam apenas na marginalidade das ações do governo. As notícias que nos chegam são fantasiosas demais. Parece-nos que tudo vale em nome de certa exclusa governabilidade. O populismo dos líderes maiores cega a população mais carente, exatamente a de maior número. Os miseráveis alimentam um sonho que nasce com a desinformação. Neste país nosso, ter retinas não é sinônimo de poder enxergar o politicamente correto. A malandragem faz a torto e a direito. A palavra de ordem é sobreviver e ultrapassar os demais a qualquer custo. A fila dos excluídos a cada dia aumenta mais.

Há uma valsa horrenda entre as paredes do Congresso Nacional. Os anos passam, e os escândalos aparecem. Entra governo e sai governo, e o varejo das mentiras e da imoralidade fazem escola. Essa malandragem toda se reproduz com invejável fertilidade. E o que nos sobra então? Pagar cada vez mais tributos e tolerar. Ou nós, eleitores cidadãos, mandamos esse joio todo para a “baixa da égua” ou terminaremos atolados nele, se já não o estivermos dessabidamente.