Papel de parede!

A brisa no ar é leve, levantando a poeira fina que se espalha, como boa nova, levantando papeis sobre mesas silenciosas, máquinas desligadas e telefones mudos. Som de passos que se afastam no corredor estreito e nas escadas curtas que nos levam rua a fora.

Há encontros e desencontros, dependurados na parede, mensagens e lembretes, que nos torneiam e subjugam o que somos, planilhas e colunas, linhas e compatibilidades, tons e bits, no estalar dos dedos e teclas.

No celular o bip encantado, no céu a tarde inacabada, cuja paisagem é verão, horário nobre, ligeiro e misturado ao cheiro de asfalto e mar, na consciência de que há algo mais por trás dos fios e Bluetooth.

Na cabeça as reflexões, um “deixa pra lá” da semana apertada e cansativa, cedo demais, tarde demais, dever cumprido. No peito, o casual Day, o dia é casual no closet que nos engravata, como papel de parede de segunda a quinta. Olhe para o alto e para o lado e sorria! Estenda a mão e shutdown... A semana se foi!