As brincadeiras da nossa infância eram saudáveis e bem divertidas.

Muito pouco nos deixava contentes e satisfeitas.


Podíamos andar pelas calçadas soltas,pular muros, nos esconder nas casas de vizinhos sem correr riscos de levar tiros, sendo confundidos com assaltantes, jogar bola nas calçadas em frente à casa,lá também, riscado com pedras, as amarelinhas, caracóis...

Pulando janelas da pobre tia, que era a vítima,ou subindo no pé de mamão de sua casa,e lá, "encarapitadas", faziamos bolhas de sabão, tendo como canudos os talos das folhas do mamoeiro, que nos deixava todas sujas e  com os lábios quase queimados...Tudo, apreciando lá de cima, a vista dos galinheiros...
Tantas coisas boas, brincadeiras leves, tranquilas...

Nossos quatro filhos ainda pegaram uma boa época de suas vidas, enquanto morávamos numa cidade perto da capital,mas na época, ainda interiorana.

Podiam ter liberdade, fechavam a nossa rua para brincadeiras, em meio aos cachorros, bolas, árvores, excursões pelas pontes, trilhos, passeios ciclísticos, tudo na rua.

Dentro de casa, autorama (mini), gênius, merlin,odissey ,bonecas, panelinhas, futebol de botão, bate-bate de figurinhas... 

Uma das coisas que em matéria de brinquedos,  mais me chamou a atenção, foi quando nosso netinho,Pippo, então com uns dois anos, no Rio de Janeiro,numa praça em Ipanema,estava com um pião lindo,de metal, bem colorido, que apenas havia ganho de nós, os avós. 

Estava entusiasmado e além dele,  juntou toda a praça ali ao nosso lado, parecendo verem um ET.

Ninguém o conhecia  o tal pião grande e  colorido e, para nós, tratava-se de algo tão simples...

Isso aconteceu há mais ou menos doze anos.
Tanta diferença, foi incrível!

Por outro lado, esta semana uma notícia chocante*:
"Numa escola pública de Sapucaia do Sul, aqui pertinho, crianças substituíram o esconde-esconde ou o pega-pega por um brinquedo terrível...passaram a brincar de traficantes.

Para tanto, quebraram o giz da lousa,trituraram até que virasse pó e embalaram em sacos plásticos.

A brincadeira, grupos teriam de angariar mais usuários e conquistar bocas de fumo. Isso em crianças de uma 4ªsérie, idade de 9/10 anos."

Isso causa uma pena e faz refletir, ainda que não queiramos ser saudosistas.

Hoje, desde o nascimento, as crianças tem quartos inteiros repletos de brinquedos. Quando fazem dois aninhos, já não temos o que dar a elas.É impressionante de ver!

No entanto, falta algo: a simplicidade e muita criatividade que poderia fazer com que aproveitassem muiiiiiiiito mais aquilo que tem à disposição.

Tomara possam usar a criatividade para o bem e assim, aproveitar tudo o que dispõe da melhor forma possível... Tomara mesmo! chica



* Jornal Zero Hora de 22.10.09,p.43.



Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 24/10/2009
Reeditado em 24/10/2009
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