FAMILIA

FAMILIA

A boa formação familiar é o mais importante parâmetro para a construção de uma sociedade sadia. A lucidez, a coragem e o posionamento ético dos pais, refletem profundamente na formação dos filhos, existe um dito popular muito sábio afirmando, “tal pai tal filho”,é necessário que que os pais estejam aptos na preparação dos filhos para que a sociedade seja primada de moral e ética. Regras necessárias para o domínio espiritual, levando-nos à consolidação da paz universal. Atualmente, as famílias estão passando por grandes transformações. Esta situação exige que sejamos prudentes e atentos às mudanças de comportamentos que estão ocorrendo numa velocidade incrível. Hoje tudo é permitido. Nós idosos temos que adaptarmos às novas regras “querendo ou não”, procurando conviver com essa nova situação de liberdade, com sabedoria e capacidade para que a família seja preservada. Na personalidade desta nova geração, está depositada toda a esperança para a construção de um futuro promissor.

Constitui minha família no áugio desta grande transição, não tão liberal com a atual! Foi dificílimo, - confesso! De um lado a responsabilidade como pai, do outro o compromisso com o trabalho e cobrança da consciência questionando-me, como proceder, exigindo uma educação digna aos meus filhos. Valeu-me os princípios e formação repassada por meus pais, arraigados em minha conduta.

Agradeço a Deus que me permitiu tê-los presente grande parte de minha vida, como bons timoneiros conduzindo com amor e dignidade, a trajetória de nossa família.

Foi doloroso quando partiram, mas me conforto refletindo no bem que ambos praticaram ao longo da vida, por suas ações caritativas, pela convivência, e no exemplo que nos legaram.

Tão doloroso quanto à partida, foi o desfecho daquele lar, quando reunidos, meus irmãos e eu, dividimos seus utensílio domésticos e objetos pessoais, que por muitos anos deram vida aquele local, motivando nossos encontros por ocasião das datas mais expressivas.

Naquela oportunidade, compreendi o significado de um conto que li há alguns anos; onde a viúva mantinha no escritório do marido, seu cachimbo acêso sempre fumegando, e sobre a mesa o jornal do dia atualizado. Uma forma de manter viva sua memória.

Situação idêntica ocorreu comigo; durante meses após a partida de meus pais, eu sempre sentia a sensação da presencia dêles, ao visitar meu irmão que continuou na casa a fim de cuidar dos moveis. Moveis de pouco valor patrimonial,mas de imensurável riqueza imaterial por representar o que há de mais sagrado no seio de nossa família, nosso amor e nossa união.

Fiquei entristecido por vários dias ao lembrar da não mais, existência daquele lar, que durante mais de meio século nos deu tanta alegria. Mas é a realidade e o fim de uma jornada, onde o amor e a dignidade foram soberanos.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 03/11/2009
Reeditado em 18/03/2017
Código do texto: T1902874
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