Tudo é nada?

Hoje estou disposto a nada fazer, ou seja, hoje não estou disposto a fazer nada; fico confuso sem saber a melhor maneira de expressar essa atitude tão estranha, pois, o nada é o advérbio mais constante nos textos da vida, ou melhor, o nada é o tudo, pois, se é constante, deixa de ser nada para ser tudo; no caso em apreço, melhor diria - hoje não estou disposto a fazer tudo! O que me obrigaria a usar um ponto de exclamação, pois, muda totalmente o sentido da frase; por analogia, hoje estou disposto a tudo fazer, o que daria um sentido muito mais complicado à frase e, conseqüentemente ao texto inteiro; fica parecendo um silogismo, que me lembra a poesia de Alceu Wamosy (1895-1923) - Tudo é nada neste mundo e nada é tudo! A propósito desse poeta gaúcho, convido os interessados em poesia, para a leitura do poema Duas Almas um dos belos sonetos do poeta simbolista.

Sendo assim, meu texto não tem nada de original; como prova eu ter de esperar muitos anos para entender a citada poesia, que hoje já fugiu da minha memória. Um outro aspecto do texto é que poderia ser interpretado como um plágio dos mais descarados, não tivesse eu o cuidado de inserir no mesmo, o nome do poeta, num misto de reconhecimento e homenagem.