AS LIÇÕES DA COPA

AS LIÇÕES DA COPA

Maria Teoro Ângelo

Depois que os brasileiros investiram seu tempo, suas expectativas e seu entusiasmo, a seleção foi derrotada. Nunca se viu tanta animação, tanta esperança e tanto vigor para que se realizasse o sonho da torcida: nosso time ser campeão.

Do outro lado o que vimos foi uma equipe desmotivada, sem garra, sem gana, sem espírito de luta, apagada, aquém do que se esperava dela. Os jogadores declararam que podiam ter jogado mais, se entrosado mais e que nem sempre vence o melhor.

Engano, em jogos presume-se que vença o melhor nem que para ser considerado assim sejam acrescentados quesitos de sorte como um gol contra ou um vacilo do adversário. Continuar dizendo que eram os melhores mesmo depois da desclassificação nada mais é do que o reflexo de extremo convencimento pelo fato de serem tão endeusados: o melhor do mundo, o fenômeno, o mágico. Regiamente remunerados, vivendo como milionários, tendo todos os espaços da mídia e as benesses das marcas que promovem é muito fácil achar que a simples presença em campo garantiria a vitória. Para quem se considera o topo da perfeição, anestesiado pelo narcisismo, não há por que lutar. Já conseguiram tudo.

Aí entram as outras equipes disciplinadas, determinadas, cheias de vontade de vencer, dando tudo de si e lutando por objetivos definidos. No jogo uns perdem e outros ganham, mas muitos perdedores deram uma lição de desempenho, de superação, de brio e de brilho porque fizeram o melhor que podiam.

Agora muito material alusivo à Copa vai dar um prejuízo danado aos comerciantes. Não daria se o mesmo entusiasmo e participação que o povo brasileiro demonstrou continuassem nas boas causas para melhorar o país. Mas sinto que a bandeira tão freneticamente agitada, transformada em trajes criativos, presente em tudo e em todos os lugares era muito mais o símbolo de um time, a seleção, e muito menos o retrato do Brasil ,da Pátria, da Nação.

Estamos com uma eleição a caminho e o povo, esse mesmo povo que sabia escalar, mudar a tática do jogo, enxergar falhas e soluções bem que podia analisar o time de candidatos. O voto é ainda a melhor arma democrática e com ele podemos fazer os gols de que precisamos para que um dia o Brasil possa ser respeitado não só pelo esporte, mas pela capacidade de sanar os males que comprometem o nosso futuro.

Lillyangel
Enviado por Lillyangel em 09/07/2006
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