O PARQUE DA CIDADE

O PARQUE DA CIDADE

Todo parque tem sua particularidade e esse não ia ser diferente. Fica no centro da Capital, que por ser movimentada, é nele que se busca um pouco de paz. É um lugar tranqüilo com muito verde e flores de variadas cores e alguns chafarizes com pequenas aves a nadar em suas águas meio turvas. Eu procurei o portão de entrada, não sabendo que havia um pra cada lado dele. Logo me deparei com um lambe lambe, aqueles fotógrafos que usam uma “engenhoca” antiga, tipo uma caixa, com um pano preto em sua entrada, por onde se coloca a cabeça pra fotografar a pessoa em questão.

Quis tirar uma foto dele, mas a timidez não me permitiu e segui adiante fotografando o lugar e descobrindo cenas interessantes. Patos na água, nadavam ou estavam em cima de pedras se coçando. Pombos passavam em vôos rasteiros sobre minha cabeça. Observei casais de meia idade, talvez num encontro amoroso às escondidas. Pessoas anônimas, pais com seus filhos a se divertirem com as aves. Crianças que corriam sobre bancos de cimento na “Concha Acústica” onde se apresenta bandas ou peças teatrais ao vivo. O dia estava frio, nublado e com uma garoa que ia e vinha. Mas isso não atrapalhava o passeio de muitos, inclusive o meu, já que eu estava bem agasalhada. Ao fundo o ranger dos balanços onde as crianças aos gritos se divertiam. Passarinhos cantavam e as vassouras dos funcionários da limpeza “dançavam” na cadência do vai e vem rítmico de seu trabalho. Fiquei a observar as pessoas tentando descobrir o que estavam fazendo ali, quais seus anseios e pensamentos ... Descobri num casal uma maior aproximação dos braços, quando antes tinham mais espaço entre eles. Percebi o tocar no braço e no queixo num momento de carinho e o conversar “olhos nos olhos”. Assim fiquei ali com minha imaginação correndo solta, quando vi o casal num rápido e forte beijo nos lábios. Se levantaram e procuraram a saída mais próxima e do lado de fora, num abraço de despedida cada qual seguiu seu caminho. Da mesma forma a professora com seus alunos, em fila indiana também se foi depois de uma manhã de brincadeiras no parque da cidade. Eu ainda podia ficar com minha imaginação correndo solta, pois mais pessoas entravam no parque, mas tinha que ir... E num momento de "distração" de todo o parque acionei minha máquina digital e fotografei o Lambe Lambe .

NÚBIA CARDOSO
Enviado por NÚBIA CARDOSO em 08/11/2009
Reeditado em 10/10/2010
Código do texto: T1912181
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