NÃO ME LEVE A MAL!

Não me leve a mal, ou leve. Quando esta carta estiver aberta meu poder de pedido pouca força terá. Não me alegro em tomar esta atitude, mas também não fico triste. Decidi como quem escolhe um lado, eu pulei no lado escuro e para mim foi mais atraente que a clareza de estar ao teu lado. Imprudente e irresponsável? Não! Definitivamente não, ao seu lado o princípio, meio e fim eram claros, óbvios como as manhãs, sem surpresas e com um fim previsível.

Minha alma deve arder por querer diferente? Entenda que não há relativização de superioridade, não pretendo o melhor nem o pior, pretendo o diferente. Evidente que um diferente mais seguro, um diferente mais próspero, com atitudes e força para que minha alma desfaleça todas noites sem o medo do que será amanhã.

Desculpe-me mas miséria não é estilo de vida, miséria de amor, miséria de carinho, miséria de pensamento, miséria de ambição. Não sei se teu sistema de vida e morte o satisfaz, mas a mim mata a felina, corta as pernas andejas dessa nômade irrecuperável.

Eu não sou de lanches, poucos banquetes tem a capacidade de me suportar, eu troco passos onde seu instinto domesticado (que não é nem pior nem melhor que o de ninguém) nunca chegou a imaginar, nem nos sonhos mais delirantes.

Entenda uma coisa: eu sou forte, decidida, dinâmica, comunicativa, mas eu sou uma menina. Menina que sente falta dos braços fortes do imaginário, braços que suportem-me para que possa me esbaldar nas minhas posses e devaneios, sem obrigação de ser nada em definitivo, justamente porque tenho os músculos de aço onde eu posso me recolher nos momentos de retirada e de sentir o que nunca vou deixar de ser: uma menina apesar da mulher.

E tudo fica claro neste ponto, porque as coisas chegam a um maniqueísmo esclarecedor da minha atitude: o alimento de que necessito ele tem,e você não!

Edu França.

Sanderly Correia
Enviado por Sanderly Correia em 13/11/2009
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T1922378