Sem medo de ser feliz!

Todo este tempo longe serviu para que eu tivesse a certeza do meu sentimento. Um ano se passou e nenhum contato, nenhuma carta. Sim, carta, não estes contatos frios por e-mail. Você sempre foi diferente, me escrevia cartas e ao recebê-las eu sorria e lembrava do teu sorriso!

Sorrir! Esta é a única coisa que sinto falta hoje. Sorrir de verdade, dar risadas, sonhar e saber que posso contar contigo para viajar comigo em meus sonhos loucos! Ainda quero-te muito e da mesma forma congruente, conivente e cúmplice de nós mesmos. Lembrar do teu sorriso é algo inevitável para que possa rir também. Não tenho medo de ser feliz, tenho medo de não mais sorrir como antes. Não tenho medo da felicidade, apenas sinto saudades desta felicidade acompanhada do teu sorriso e carinho ,tão presentes, até mesmo em teu olhar.

Sentir amor, sorrir com o amor, viver o amor. Tudo isso de forma tranqüila, com uma paz tão grande que ao respirar falta pulmão pra tanto ar ! Existe uma linha tênue entre o meu coração e o teu, existe uma música que nos une, um olhar que nos aproxima, um cheiro que não nos deixa distanciar. Não sinto apenas tua falta, sinto principalmente falta do teu carinho. Não estás longe, porque inevitavelmente habitas dentro de mim. Fico feliz por saber e ter a certeza que habito em ti na mesma proporção e intensidade. Fomos feitos para sermos par, estamos guardados dentro de nós mesmos, dentro das nossas horas e dias felizes. Até mesmo quando discutíamos era engraçado, porque a divergência nos fazia mais próximos e não nos afastava. Ninguém admira um capacho! por isso, quando divergias de mim, eu te olhava com mais felicidade, simplesmente por admirar-te ainda mais em teus fortes argumentos.

Te conheço tanto, que até teu ciúme era gostoso. És sensível, jamais grosseiro e estupidamente intenso em tudo. O nada em nós é algo de espaço a ser preenchido e não alguma coisa inexistente. Como dizia Sartre em suas análises existencialistas, você é tudo no nada que existe em mim. Lou Salomé que o diga! Nossas conversas literárias, nossos sons na madrugada, teu falar em meu ouvido, exprime exatamente o pensamento de Sartre.

Existir sempre! Amar ainda mais, ser feliz sem medo. Este é o tudo que me ensinastes e o nada que continuo querendo que permaneça em mim, apenas por ter a certeza de que também sou o nada tão cheio de tudo que permanece em ti. 27/ 10/ 2009, as 21h30min. Numa destas noites frias, sem teu olhar pra me aquecer a alma.

Sanderly Correia.

Sanderly Correia
Enviado por Sanderly Correia em 13/11/2009
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T1922390