ERRAR É HUMANO

Deparei me comigo quando julguei alguém que estava errado e pude ver que posso errar como todo mundo erra. Quando quis me afastar de alguém, eu estava fugindo de mim mesmo, eu estava sozinho. Quando imaginei estar certo, eu pude ver o meu erro na minha frente se manifestando. Deparei me com a minha voz me dizendo tudo o que não queria ouvir. Deparei me com a humilhação que causei ao ofender alguém, eu estava no chão ajoelhado. Deparei me com a vergonha que eu senti ao me ver nessas condições vergonhosas. Eu não estava ciente, talvez eu tenha aprendido, mas eu me deparo com tantos erros, estou pisando num tapete cheio deles. Mas eu posso me corrigir, ou pelo menos tentar. Nós estamos vivendo a mercê do erro, mas o que seríamos se não errássemos? Nada. Pois construímos nossa personalidade no aprendizado que temos com os erros, ou seja, é preciso errar muitas vezes para acertar uma única vez. Um jogador de basquete por exemplo, aprende a arremessar a bola no aro primeiramente, e erra várias vezes até conseguir acertar a primeira cesta. Daí em diante ele jamais será o mesmo, pois terá mais acertos que erros. É assim que deve ser a nossa vida, devemos batalhar na conquista do primeiro acerto, depois virá o segundo acerto e o terceiro, quarto...

Um pássaro antes de aprender a voar ele cai várias vezes se esfolando pelo chão, mas jamais desiste, pois seu instinto lhe diz que não há nada tão grandioso como vencer a gravidade e conquistar os céus. Dessa maneira podemos vê-los por aí adornando o mundo com suas asas multicores. Da mesma forma somos nós, seres humanos, quando aprendemos a andar, falar, ler, escrever... conquistar um bom emprego naquilo que gostamos de fazer, conquistar um sonho... conquistar uma mulher!

Muitas pessoas acham estar convictos de suas atitudes, que jamais erraram, não erram e que não vão errar. Que pensamento medíocre. Pois ninguém consegue acertar o tempo todo. Até mesmo o relógio atrasa às vezes! Então o que dizer dessas pessoas? Um dia elas vão ver que estavam erradas, que errar é natural, que o que não pode acontecer é viver sempre errando, como já dizia aquele ditado: “Errar é humano, mas persistir no erro é ignorância.”

Então, se você está convicto de que está certo em tudo, é melhor pensar um pouco mais, é preciso ter consciência e bom censo, pode ser que esteja realmente certo, mas você pode estar equivocado. Tente ver as situações como observador e não esteja inerte na posição de vítima das historinhas que estão contando para você. Você não é o vilão, mas também não é o mocinho do “drama” que é a sua vida, você atua com mais freqüência no papel de figurante que passa despercebido, de um coadjuvante que orienta o personagem principal, e o personagem principal é o outro que completa o seu roteiro.

Saiba que você também é o protagonista na vida de muitas pessoas, mas não é bom pra você se sentir o centro das atenções, por isso pense sempre que você é o coadjuvante, que é essencial mas sabe onde é o seu lugar.

As pessoas nunca são exatamente da maneira que queremos e isso é que torna a relação interessante, pois seria monótono se elas fizessem tudo o que já estivéssemos esperando que elas fizessem, se pensassem como nós e correspondesse sempre a nossa vontade. Por isso devemos saber aceitar as pessoas como elas são e perdoá-las se acaso a maneira de ser delas venha nos ferir, da mesma forma que possivelmente vamos querer ser perdoados por quem magoarmos.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 12/07/2006
Reeditado em 22/02/2018
Código do texto: T192304
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