Autenticidade existe ? Ou é tudo questão de influencia?

Até que ponto alguém pode se dizer autêntico? Bom na minha modesta opinião não existe ninguém autêntico, é! Nem mesmo eles. (isso mesmo, nem esse pessoal que lhe veio à mente). Nenhum ato é espontâneo, mesmo involuntariamente toda ação é premeditada.

Se você da um presente a alguém que goste muito, até mesmo sem interesse próprio, só o fato de você supor que o presente irá agradar o indivíduo, isso deixa de ser espontâneo, já que você supõe o efeito final, que é a satisfação do mesmo.

Portanto para uma pessoa ser 100% autentica, ela teria que vegetar, mesmo porque, a partir do momento que ela absorve algum tipo de informação, essa informação irá influenciar em suas concepções de vida.

Nós somos influenciados o tempo todo, na escola, no trabalho, na rua, até mesmo na própria casa. Um exemplo simples é na escolha de um filme.

Que critérios usamos para escolher qual filme assistir? Algumas pessoas usam a sinopse, outras o trailer, a indicação de um amigo, de algum programa, um guia, olham os atores, o produtor, diretor, a nacionalidade, a capa, enfim, vários fatores influenciam na escolha.

Agora existem pessoas mais influenciáveis e pessoas menos influenciáveis, as mais influenciáveis, se deixam levar muito fácil, tem gente que adota uma postura só porque é popularizada. “Eu acredito em deus, 80% da população mundial não pode estar errada”, são as falácias, ter uma linha de raciocínio baseada em estatísticas, na maioria, é o popular “Maria vai com as outras”

Já as pessoas menos influenciáveis, absorvem informações e tiram suas próprias conclusões, mesmo assim não deixam de ser influenciáveis, já que as informações intervieram em suas conclusões. As conclusões sim são originais.

Outro dia eu falando com uma ateia, perguntei a ela:

-Você é ateia baseada em que?

Ela me respondeu:

-Eu sou ateia porque li Sartre, Nietzsche e outros.

Ora, então ela reproduz o raciocínio desses filósofos, é uma mera copia, uma “xerox” de Sartre e Nietzsche.

E eu? Eu Sou ateu porque ao longo da minha vida fui reunindo informações, questionando e tirando minhas próprias conclusões em relação a inexistência de deuses, conclusões estas que podem ser as mesmas de Sartre ou Nietzsche, mas não que minha linha racionalista tenha que ser idêntica a deles.

Um dos grandes problemas sociais do Brasil é a violência, ouvimos muitas pessoas dizendo que a pobreza não justifica a criminalidade.

Que hipocrisia... E lógico que influencia, isso é indiscutível, em uma favela, por exemplo, é um ambiente violento, pobre e se o indivíduo cresce convivendo com esse tipo de coisa, é claro que ele tem uma predisposição a reproduzir na idade adulta, (quase sempre começam na adolescência mesmo) tudo que ele presenciou na infância.

Não que toda pessoa que cresça em um ambiente desse irá se tornar criminosa. Por isso é muito importante o tipo de influencia que passamos aos jovens, as crianças, principalmente os pais, porque o que uma pessoa será no futuro, é de responsabilidade dos estão a sua volta.

Além disso, até em que ponto alguém chegaria para conseguir o que quer? (O homem que copiava, muito bom filme) A própria sociedade repudia certos grupos sociais, e os classificam como estereótipos do crime, é inevitável quando se ouve falar em violência o que nos vem à mente são favelas, pobreza, governo, falta de investimento em educação.

Ah... mas tem muito playboy por ai envolvido no crime organizado... Sim claro, influência!

Uma frase, uma imagem, uma cena presenciada por uma “criancinha inocente” pode influenciar na sua formação, em seu “caráter”, em sua personalidade.

Um indivíduo comete um crime, mas o que o levou a fazer algo do tipo? Por trás desse individuo, tem toda uma história de vida.

É por isso que jamais devemos julgar a atitude de alguém, ou querer impor uma linha racionalista, moralista ou ideológica a outra vida.