As gordinhas e a moda

Mulheres gostam de olhar vitrines e comprar roupas. Andam pelos shoppings sempre de olho nas novidades. Quanta coisa bonita!

De ano para ano a moda varia. Querendo nos apresentar bem, vamos atrás dos modelos da hora, das cores da estação. Acontece que nem sempre eles são para o nosso bico, quer dizer, corpo. Ou porque nosso manequim está um pouco acima do corriqueiro, ou porque já passamos da flor da idade. E se nos enquadramos nos dois casos, o “alegre passeio das compras” pode se tornar infernal.

Já passei por situações terríveis. Ao enxergar uma blusinha exatamente como aquela que gostaria de usar, entro animada na loja. Peço à vendedora o tamanho G, apesar de ser baixinha. Embora não goste daquele cubículo abafado, entro no provador. Com a tal blusinha nas mãos, já presumo que terei dificuldade em vesti-la. Assim mesmo, experimento. Horror dos horrores. Talvez a GG fique melhor. Quando existe a numeração, até consigo fechar os botões. Mas as mangas cobrem as mãos, a cava cai para o meio dos braços. Não dá. A solícita vendedora, então, vai buscar outras, querendo me fazer acreditar que ficarão lindas em mim. Só pelo olhar percebo que a maioria me apertará do mesmo jeito. Uma ou duas, que até poderiam servir, não me agradam. Seja pelo modelo, ou estampas estapafúrdias.

Camisetinhas de elastano e calças de cintura baixa estão fora de cogitação. Mangas bufantes, nem pensar. Laços e fricotes chamam a atenção. Estampas grandes “aumentam” o corpo. Roupas colantes salientam o que não queremos mostrar...

Melhor ser gordinha discreta do que bolostrô chamativo.