SABER VIVER

É preciso pouco para saber a vida! É preciso muito para entender a nós mesmos!

Risos, rostos, madrugadas. Chuva, olhares, indumentárias. Desejos, recortes, praias.

É preciso pouco para sentir a vida! É preciso muito para entender os outros!

Janelas, sol, estradas. Riscos, jogos, falhas. Pratos, brindes, mãos apertadas.

É preciso pouco para tocar a vida! É preciso muito para entender as coisas!

E deixamos o tempo, sempre o tempo, a brincar conosco e nós, acreditamos que brincamos com ele! E deixamos a vida passar como uma canção breve...

Quando deveríamos desculpar as ofensas, quando deveríamos pedir desculpas, quando poderíamos dar um abraço apertado, quando poderíamos chorar manso ou chorar muito.

E deixamos o tempo passar e brincar e passar e ir...

Quando deveríamos olhar nos olhos, quando deveríamos pisar firme ou macio dependendo da circunstância, quando deveríamos calar e manter silêncio ou falar bastante, se necessário.

E deixamos o tempo rir e passar e brincar e jogar e ir...

É preciso pouco para perceber a vida, mas queremos muito.

É preciso pouco para saborear a vida, mas queremos tudo.

Sabemos.

Não fazemos!

E os risos, os rostos, as madrugadas, as janelas, o sol e as estradas vão ficando cada vez mais longe, cada vez mais. A imagem vai ficando turva, turva, confusa e, depois, não vemos nada. A morte que espreita. Mas não a morte física. A morte dos sonhos, dos amores, das paixões, das palavras... Essa morte que é uma morte lenta e não percebemos e não sentimos.

E não vivemos...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 19/11/2009
Reeditado em 19/11/2009
Código do texto: T1932987
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