PRECISO TOMAR JEITO!... (EC)

AUTOR: Narciso Oliveira

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Jovenildo vivia às turras com sua mulher Jenivalda.

Todos os dias ela tentava convencê-lo a consultar um médico Urologista para exame de próstata. Dizia ela: saúde é assunto muito sério e prevenir é sempre melhor que remediar.

Você não presta atenção na Televisão, até o Ministério da Saúde está informando que os homens morrem bem antes das mulheres porque nunca vão ao médico e não cuidam da própria saúde.

Jovenildo, cansado de ouvir, todos os dias, as mesmas ladainhas, já nem dava bola para os conselhos da sua esposa. Vez por outra resmungava seus argumentos convenientes e encerrava o assunto.

Jenivalda, mulher de fibra e preocupada com a saúde do marido, não desistia e o atormentava sempre com o mesmo assunto. O que custa, Jenivaldo, marco horário com o Dr. Marcelo e, em meia hora, você está livre, trazendo-me a informação que está tudo bem e então também fico mais tranqüila e não o aborreço mais.

Os dias foram passando e o Jovenildo já não agüentava mais ouvir a mesma coisa todos os dias. Meu Deus, enquanto eu não fizer esse bendito exame, não terei mais sossego! É melhor concordar com ela e ir logo para o sacrifício. Preciso tomar jeito!

- Jenivalda, minha querida esposa, pode marcar o Urologista, pois não agüento mais ouvir, todos os dias, as mesmas recomendações.

-Até que enfim, Jovenildo, criou juízo nessa sua cabeça. Marcarei o horário com o Médico e verá que tudo será melhor para todos nós.

No dia e horário marcados, lá estava o Jenivaldo no consultório do Dr. Marcelo.

- Então, Jenivaldo, tudo bem?

- Tudo bem para o Doutor, enquanto para mim, estou indo para o sacrifício.

- Que historia é essa de ir para o sacrifício? Bobagem sua! Verá que tudo não passa de minhocas que você criou na sua cabeça.

- Pimenta nos olhos dos outros é refresco!

- O que disse, Jenivaldo?

- Nada, nada, estava pensando alto.

- Então deita aqui nesta maca e relaxa...

- Ainda tenho que relaxar?

- Sim, para que eu possa fazer o exame.

Terminado o exame e totalmente recomposto e devidamente vestido, pergunta o paciente:

- Então, Doutor? Tudo bem?

- Tudo bem, seu Jenivaldo. Graças a sua presteza em fazer logo o exame, o seu caso vai ser muito simples. Pelo exame de toques constatei a existência de pequeno inchaço e ligeira inflamação que será logo curada com a ação medicamentosa, sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

- Então estou doente?

- Não. Você não está doente. Como lhe disse, há apenas uma pequena inflamação

que será curada com o medicamento que vou lhe receitar. Muito bom que você veio logo

ao médico, pois se demorasse em fazer esse exame, talvez a coisa estivesse agora muito

pior.

- Puxa! Minha querida Jenivalda estava certa! Graças a ela estou salvo. Bendita hora que resolvi fazer esse exame!

- O que o senhor disse?

- Nada. Estava pensando alto e falando com os meus botões.

Enquanto preenchia o receituário, Dr. Marcelo informou ao seu paciente que, apenas como garantia do seu diagnóstico, ia pedir também um exame de sangue, só para confirmar.

Ao sair do Consultório do Urologista Dr. Marcelo, que o atendera muito bem, Jenivaldo pensou: em matéria de saúde não vou mais discutir com minha mulher e, todas as vezes em que me mandar ir ao Médico, prontamente seguirei os seus conselhos. As mulheres é que estão sempre certas. Com a saúde não podemos brincar nunca!

Ainda bem que tomei jeito em tempo!

Este texto faz parte do Exercício Criativo – O Hino Nacional em Outras Esferas.

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Menestrel do Amor
Enviado por Menestrel do Amor em 20/11/2009
Reeditado em 20/11/2009
Código do texto: T1935157