P E S S O A S


Vivem no dia a dia, na maior correria, daqui para lá, em um ir e vir sem se aperceberem bem das coisas que ocorrem a sua volta.

Num turbilhão de emoções e sensações inúmeras, convivem umas com as outras, pessoas de todas as formas possíveis, gordas, magras, negras, brancas, bem arrumadas, mal arrumadas, que falam bem, que não falam sequer uma palavra, são ricas, são pobres, são humildes, orgulhosas de nariz arrebitado cheios de si, destes que enchergam mais o seu egocentrismo, de nariz achatado, de orelhas grandes, pequenas médias, com e sem dentes, são pessoas.

Elas estão a minha volta, são de todas as religiões, trabalhadoras, estudantes, desocupados são muitos desempregados, pessoas de mente vazia drogados desestruturados, alguns com aparência de preocupados, ou talvez cansados, mas algumas muito animadas, falantes cheias de esperança.

Outras com um dom solidário, ajudam as que necessitam, dão apoio, outras porém com um ar solitário, encabrunhado,  mas todas, por mim passam, pra lá, pra cá e nem percebem que eu estou anotando todo o comportamento delas em meu caderninho, enquanto conversam, falam se entretenhem em suas conversas, visualizando o passeio, as propagandas que nos cegam com tantas luzes em torno da praça, o tempo passa e eu as descrevo em pensamentos e as escrevo com palavras, como se as pesasse em uma balança, não para julgá-las,mas para entender seus comportamentos, suas ações.

Algumas a falar em seus tele móveis, riem, talvez de outros que estejam a falar. Ah essa mania que se tornou necessidade!
Carregar um telefone ao bolso, ou à bolsa, todos os têm seja do interior ou da cidade, adultos, crianças, ou idosos é a globalização imposta, o consumismo e o modismo, todos estão sempre a comunicar-se de qualquer forma, me parece que é a comunicação que move o mundo, não o dinheiro.

Dinheiro, hum!

Neste nem falar, mas alem de mim, mais alguém as observa sentado em um banco com a mão aberta, a pedir uma esmola, para aqueles que nem sequer olham, mas olham os relógios, os carros que passam, talvez estejam atrasados para algum encontro, ou alguma reunião de negócios, esses não passam, esses parecem voar sobre os pés.

E assim o tempo passa, as pessoas passam, a vida passa e estas mesmas pessoas não se deram conta de que uma mulher negra sentada em banco escrevia tudo o que podia notar sobre todas elas, em seu bloquinho de anotações, talvez aquele que estava com as mãos estendidas, o pedinte, tenha se apercebido, pois ao levantar, coloquei em sua mão uma moeda, que agradeceu sorrindo e disse muito obrigado, vá com DEUS!