Breve prefácio sobre o amor...

Amor... Não existe palavra com descrições dos mais diferentes tipos do que esta. Alguns dizem que amar é uma merda, outros dizem que o amor é lindo e ainda existem alguns que não dão a mínima para o amor. Um tolo até escreveu: “O amor é deficiente por ser cego, mas é belo por ser puro.”; sendo que esse tolo costuma dizer nunca ter amado ninguém em toda sua vida. Como pode uma pessoa que nunca amou descrever o amor?

Será que o amor possui realmente uma única fórmula verdadeira e rara que poucos conseguem encontrar - como as lendas de antigos experimentos alquímicos que transformavam metais em ouro? Creio que cada um tem seu jeito de amar, alguns com meios mais deturpados que outros. Independente do tipo de amor ele sempre segue caminhos inesperados...

Mas não seria o amor uma espécie de leve obsessão? Onde não apenas aquele que ama vive um tanto que em função do ser amado, lhe fazendo feliz, mas também compartilhando dessa felicidade plenamente? Uma espécie de obsessão recíproca onde quando ambos estão distantes um do outro tudo que querem é ficar juntos, e quando finalmente se encontram dão as costas para o mundo sendo como se praticamente nada mais importasse. Quando essa leve obsessão não é então recíproca aquele que ama não tenta ainda correr atrás de sua pessoa amada? Acompanha a vida dessa pessoa com grandes esperanças de uma possível retribuição de seus sentimentos, mesmo que com uma simples amizade, até finalmente conseguir seguir adiante e não exatamente esquecer essa leve obsessão - por que ninguém esquece -, mas simplesmente percebe que não existem mais chances. Uma simples amizade não pode retribuir um sentimento tão intenso.

Então se cada um tem seu jeito de amar e o amor não passa de uma leve obsessão, como seria um amor amplamente obcecado? Realmente nada mais importaria e a vida de ambos seria puramente vivida em função desse estranho relacionamento? Necessidades básicas como comer e beber poderiam ser “ignorados” quando o casal está junto? O que aconteceria se um deles morresse então? Esse amor se tornaria um distúrbio psicológico? Questões talvez sem respostas... Mas a questão mais intrigante seria: “Quais obstáculos uma pessoa que ama com intensa obsessão seria capaz de superar para ficar ao lado de sua pessoa amada mesmo que esta não possuísse mesmo sentimento?”.

Enfim, nunca haverá compreensão plena do amor. Tentar entendê-lo ou descrevê-lo é como jogar-se do mais alto prédio: Inconcebível... A não ser que você esteja realmente disposto a fazê-lo, mas você não sairá plenamente ileso dessa tarefa.