OA GATOS E AS LEBRES

Os Gatos e as Lebres

Jorge Linhaça

Conta a lenda urbana que a diferença entre gatos e lebres pode ser escondida quando cortamos pés, cabeças e rabo dos felinos, assim a carcaça animal fica bastante semelhante à das lebres.

Viria daí a expressão : "Comprar gato por lebre".

A visita indesejada, ao nosso país do lider iraniano Mahmoud Ahmadinejad, parece que se enquandra bem neste ditado. Aparentemente o nosso egocêntrico presidente ou é tolo o suficiente para acreditar no discurso do tal terrorista que agora quer aliviar a barra dizendo que se o holocausto aconteceu foi na Europa e por isso é inadimissível dar-se um território a Israel na palestina ( como se os Judeus não vivessem lá há milhares de anos ) e na balela de que o Irã pretende enriquecer urânio com fins pacíficos, ou é esperto demais e quer, fingindo que acredita, tirar alguma vantagem do bloqueio economico imposto ao Irã.

Ou Lula ou o iraniano estão comprando gato por lebre nesta história.

Na provável hipótese de que ambos saibam muito bem o que estão fazendo, quem acaba comprando gato por lebre é o povo brasileiro, obrigado a engolir a presença de ditadores em nosso país, assim como temos engolido a presença do terrorista italiano em nosso país.

Vivemos num país, "abençoado por Deus e bonito por natureza " mas que infelizmente tem um povo por demais acomodado e alienado.

Quem sabe o nosso ilustre presidente não aproveite a presença do sr Ahmadinejad para levá-lo aos

morros do Rio de Janeiro para trocar algumas idéias com os líderes do tráfico ?

Talvez assim nós tivessemos a sorte de os dois dignatários chegarem lá exatamente no meio de um dos tiroteios que quase que diariamente assolam a cidade maravilhosa e encontrar cada um a sua própria bala perdida?

Talvez na cabeça de Lula, o iraniano devesse ser agraciado com o Nobel da Paz por estar visitando o nosso país.

A redeGlobo de televisão fez questão de entrevistar o Mahmoud antes de sua chegada ao Brasil e reproduzir a sua imagem em rede nacional falando placidamente como se fosse um grande pacifista. Como em todo jornalismo atual da Globo, nem uma análise foi feita sobre as declarações do tal senhor. Limitaram-se a dizer que ele tem uma grande preocupação com sua imagem pessoal e alegraram-se por não terem recebido o pedido de cortarem nenhum trecho da entrevista, que obviamente foi feita com perguntas pré aprovadas pela assessoria de imprensa do ditador.

O presidente Lula, na ânsia de fixar seu nome como estadista e pacifista, levado pelos tapinhas nas costas recebidos de seus pares internacionais, incorre cada vez mais no erro de todos os que sucumbem à bajulação, procura agradar a gregos e troianos julgando-se acima do bem e do mal.

Talvez a reta final de seu mandato o deixe ansioso para conseguir tirar uma lebre da cartola e maravilhar a platéia ensandecida.

O problema é que nessa ânsia corre o risco de tirar de lá um gato de rua, sujo e sarnento.

Pior do que o se fracasso pessoal será a imagem que ele está dando ao nosso país que de "celeiro do mundo" pode começar a ser tratado como "latrina do mundo", onde tudo que não presta encontra abrigo sob a égide do sr Luiz Inácio.

Talvez Lula tenha algum plano mirabolante de exportar para o Irã os nossos traficantes e seus armamentos.Se for esse seu plano, talvez se justifique a tal visita. Quem sabe assim nos livramos de um "pobrema" que pode vir a prejudicar "os jogo" da Copa du Mundu".

Lula parece ser um homem que não sabe o que diz, ao receber seu colega iraniano, disse no seu discurso que repudia o terrorismo, no entanto durante o conflito na Faixa de Gaza o seu partido soltou uma nota oficial tomando partido dos terroristas contra Israel.

Como pode alguém que "repudia" o terrorismo, receber cordialmente e por livre e espontânea vontade alguém que prega aos quatro cantos a destruição de Israel?

Ou Lula não sabe o que diz, ou seus discursos são escritos em sistema de rodizio por diversos "companheiros", cada qual com uma ideologia diferente , ou então, tais discursos são escritos e reescritos para atenderem superficialmente ao clamor da opinião pública.

A verdade é que esta visita é mais do que inconveniente e não vejo que vantagem poderiamos obter de vantagem ao estabelecer comércio com o Irã.

Alguém sabe algo que o Irã produza além de fanáticos e tapetes persas?

Talvez o nosso presidente, que diz que ler não é importante e é uma chatice, tenha ouvido falar algum dia de uns tais " contos das mil e uma noites" e acredite que possa receber como presente algum tapete voador que possa, quem sabe, levar a Dilma às alturas das pesquisas eleitorais no próximo ano.

O fato é que esse tipo de ilusão de nosso midiático presidente tem mais possibilidade de acabar por ter o destino do titanic que era considerado um navio inafundável.

De basófia em basófia, de egocentrismo em egocentrismo, Lula vai navegando em um mar de icebergs que por certo vão por a pique as suas pretensões de fazer a sua sucessora em 2010.

Chega determinada hora em que nem a maquiagem mais pesada é capaz de dar jeito numa face desfigurada como a que o PT apresenta nos dias de hoje.

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Arandu, 23 de novembro de 2009