_Kinita, o telefone está a tocar, amor! Não consigo concentrar-me com essa barulheira a azucrinar-me os ouvidos, Kinita!
_ Deixa estar! Já estou a caminho. Deita cá p’ra fora as tuas obras-primas, Leninho.
 
_Quem era?
_Nada de importante, amor. Era a nossa vizinha a dar-me as novidades.
_Qual vizinha?
_A Maria.
_Que novidades?
_Não tinhas de te concentrar na música, amor? Deixa estar o resto.
_Conta lá! Vá lá.
_ A Maria vai ser mãe. Vê lá tu a ironia, eu nos meus dias difíceis...
_Não vejo nenhuma ironia nisso mas...
_Olha, deixa estar!
_Amor! Amor! Deste uma ideia maravilhosa para uma música tão boa que o Paulinho Dá Carta até vai ficar azul de inveja quando ouvir. Ai mulher eu nem consigo exprimir com rigor as emoções que me provocas, nem a minha irreflexão. Ao fim ao cabo estou para sempre em dívida para contigo...
_Leninho, meu amor, ser tua musa musical é a minha maior honra!
_Então senta-te aqui ao colinho do querido e anda cá ouvir o novo êxito da banda dos Beatos. Vai se chamar “Deixa Estar”:
 
Quando eu estou nos meus dias difíceis a mãe Maria vem ter comigo
Trazendo palavras de amor, deixa estar.
E nas minhas horas mais negras ela está mesmo juntinho a mim
Dizendo palavras de amor, deixa estar.
 
Deixa estar, deixa estar, deixa estar deixa estar...
Sussurra palavras de amor, deixa estar.
 
 
 
AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 30/11/2009
Reeditado em 30/11/2009
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