Poética da reflexão

Largado à própria desvontade, à preguiça,

vagabundo pra caralho na força de trabalho tal como é,

idiota de uma demência na inteligência tal como é.

Desforçoso, indesafiável por não aceitar desafios batidos.

Orgulhosa e vergonhosamente desempregado.

Munido de contradições e beliscões anestesiados.

Tão inofensivo quanto venenoso e,

recém moribundo, nativo do universo, cidadão do mundo,

almejante da lua.

Firme como a bengala da velhinha no banho, nua.

Felizmente triste. Este sou eu, espelho?

Assim que me viste?

Enzo Pinho
Enviado por Enzo Pinho em 01/12/2009
Código do texto: T1954315