Poética da reflexão
Largado à própria desvontade, à preguiça,
vagabundo pra caralho na força de trabalho tal como é,
idiota de uma demência na inteligência tal como é.
Desforçoso, indesafiável por não aceitar desafios batidos.
Orgulhosa e vergonhosamente desempregado.
Munido de contradições e beliscões anestesiados.
Tão inofensivo quanto venenoso e,
recém moribundo, nativo do universo, cidadão do mundo,
almejante da lua.
Firme como a bengala da velhinha no banho, nua.
Felizmente triste. Este sou eu, espelho?
Assim que me viste?