Dizem por aí...

Dizem por aí que a gente tem sempre que provar alguma coisa a alguém.

Provar que tem sucesso, que é boa pinta, que é inteligente, que sabe alguma coisa que o outro não sabe, enfim, somos rotulados desde sempre.

Por que será que há tanto interesse assim na vida alheia, a ponto de muitas vezes as pessoas não conseguirem olhar para dentro de si mesmas e encontrar algo de bom dentro delas, ao invés de ficarem tão interessadas na vida do outro?

Por que a grama do vizinho é mais verde? Por que temos inveja da grama do vizinho?

São perguntas que se esvaem.... Parece que nunca estamos satisfeitos com o que temos, com o nosso cabelo, com o nosso trabalho, com o nosso corpo, com o nosso carro, com a nossa vida...

Às vezes me pergunto se estou realmente satisfeita com o que tenho, com o que sou, ou se estou buscando alguma coisa que nem eu sei direito o que é.

Acho que a gente é inquieto por natureza, o ser humano. Êta bicho estranho esse.

A gente perde tanto tempo com bobagens, que não consegue parar o que está fazendo para olhar a lua por exemplo. Tudo pode ser mais importante do que simplesmente parar, e olhar a lua.

E justificativas para isso com certeza não faltam, tá todo mundo sempre tão ocupado, sempre tão estressado, tem que ser tudo para ontem, urgente, rápido, tudo tem pressa.

Somente quando alguma coisa muito terrível acontece é que paramos. Geralmente somos obrigados a parar. Uma doença, uma mudança drástica, um divórcio, um luto. Só assim arranjamos tempo para olhar a lua.

E às vezes é doloroso descobrir que passamos muito tempo da nossa vida ocupados com coisas que não eram importantes, ou que ocuparam espaço demais nas nossas vidas, e que não podemos mais voltar atrás.

É. Dizem por aí...