À Nação Rubro-Negra ou Nélson Rodrigues

Está escrito há dois mil anos que o Flamengo será campeão no domingo. E não o será por um favor gremista como querem os adversários e os falsos simpatizantes. Será campeão simplesmente por ter sido o melhor time da competição. Que mal há nisso?

O rubro-negro não cresceu na reta final, mas veio vindo com seu passo de urubu malandro prá cima dos adversários e pronto. O clima de "já ganhou" não vem dos flamenguistas. Vem daqueles que desejam menosprezar esse fato com a falsa alegação de que o Grêmio vai entregar o jogo só para irritar os rivais colorados. Para os que não gostam de ver o Rio pintado de vermelho e preto - e terão que ver -, o Flamengo deu sorte de ter o Grêmio como adversário derradeiro. Nem o meu querido Saldanha, botafoguense roxo que era, diria uma coisa dessas. Nem Nélson Rodrigues, de quem roubei a frase que me abre a crônica, deixaria de escrever no Jornal dos Sports: " Que o Flamengo será o campeão, é o óbvio ululante." O nobre tricolor das Laranjeiras teria o brio de exaltar a raça rubro-negra nessa conquista. Mas não os idiotas da objetividade. Estes preferem vr os jogadores gremistas como os vendilhões do templo. Ninguém venderia sua alma para o diabo perante cem mil pessoas no estádio Mário Filho, ex-maracanã. O Grêmio vai tentar botar água no chope do Flamengo como outro time qualquer tentaria. Esta é uma das leis do futebol que não precisa ser escrita.

Ao Flamengo caberá os gols, assim que a bola rolar ao apito do juiz. Aos jogadores vestidos com o manto sagrado não haverá outra escolha senão esta: vencer ou vencer, mais ou menos como está no hino.

É claro que um espectro rondará o gramado do maraca como um fantasma da Copa de 50, mas o Barbosa rubro-negro não desviará o olhar a um hipotético chamado, e defenderá o petardo de um eventual redivivo Ghiggia. Se o senhor Sobrenatural de Almeida pisar no maracanã, certamente guiará as pernas de um Adriano para o tento que confirmará o Flamengo como o campeão do Campeonato Brasileiro mais disputado da história, dos pontos corridos, é claro.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 05/12/2009
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