Qualquer Crônica de Fim de Ano

Mais um ano que se passa nas janelas abertas da casa.

A gente fica parado no tempo simplório, passam os meses e nem se dá conta que a última parcela da geladeira está chegando, o décimo terceiro logo será pago e a maioria das dívidas serão pagas. Não é bem assim para grande parte da família brasileira, mas vamos todos imaginar juntos: o que acontece agora nesse fim de ano? Olhar para trás é um bom começo. Dois mil e nove já se foi e logo, logo vem o ano de dois mil e dez. Ano, que como outros desde o início dos tempos, é cheio de esperança. Não sei quais, mas é assim que caminha a humanidade. Infelizmente não é muito agradável dizer que o próximo ano seja de "esperança", já que o próprio homem fez o favor de estagná-la. Vamos terminando a primeira década do novo milênio com uma Terra mais quente, entretanto, países ricos tentam se valer de suas posições privilegiadas para jogar toda a responsabilidade nos países pobre... Bendito terceiro mundo! Ou será que ninguém nota que a culpa é e todos.

Por enquanto, sobrevivemos às custas de nossa própria evolução. Nada no mundo se tornou novidade no ano que finda. Tudo é um "rewind" do que já foi visto, apagado. Uma grande fábrica de filmes já assistidos. E por hora, o que resta fazer? Aventurar-se nas entranhas do desconhecido e viver tudo que se tem direito. O tempo passa, a gente passa e todo universo passa. Se a esperança ficar estagnada em determinado lugar do tempo, levamo-no conosco até onde der. E, quando nos dermos conta, veremos que quem faz o tempo não é um deus, mas nós.

E isso, é qualquer crônica de fim de ano deixando qualquer mensagem a esmo. Nem deixem o fio da esperança para a eternidade cair em solo profano. O tempo constrói o mundo, e mundo é parte pulsante de cada um.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 12/12/2009
Código do texto: T1974921
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