Reflexões siderais

Hoje acordei com o objetivo de conjeturar, de registrar no papel uma miscelânea de questões discutíveis e díspares, sejam elas científicas, filosóficas ou religiosas, apenas para mostrar o quanto estamos perigosamente nos desviando da natureza e da verdade das coisas. Os problemas maiores estão na preguiça mental, na crendice interesseira, na falta de espírito de busca, no medo do desconhecido e das mudanças, sendo o maior de todos eles a presunção de que as nossas “lógicas” e “achismos” estão sempre acima de quaisquer pensamentos, palavras, atitudes e acontecimentos, isto porque nos falta sabedoria, embora possamos até sermos possuidores de vasta cultura materialista. A teimosia na defesa de convicções sem consistência espiritualista, baseadas somente no próprio ponto de vista míope e radical, expõe-nos ao ridículo perante os mais esclarecidos, embora nos enalteça perante os ignorantes “de carteirinha”, jogando cada vez mais pra longe a oportunidade de crescermos como individualidade. É engraçada a cegueira humana com relação a um fato tão lógico, visível e comprovável a qualquer momento, ou seja, quanto mais “sabidos” nos transformamos, menos sábios nos tornamos.

Há pessoas neste mundo que declaram não aceitar a possibilidade de existirem aqueles que conheçam A Verdade, por acharem que estes estão vivendo em ilusões cômodas, porque se renderam à facilidade de permanecer no mesmo lugar, sem esforços para descobrirem “quem” é Deus, de onde Ele surgiu, onde Ele de encontra, qual a Sua “personalidade” e por aí vai; por essa razão que elas julgam tudo como sendo ignorância e crendice, chegando até a negar a existência de A Verdade Absoluta. Para aqueles que me acompanham há algum tempo acredito que já assimilaram a minha mensagem, com exceção, lógico, a tudo que se relacione com a origem do Supremo, cujo conhecimento não está à nossa disposição, mesmo porque essa informação não iria acrescentar nada de útil para o nosso crescimento espiritual, assim quaisquer hipóteses sobre o assunto ficam apenas no campo do “achismo” arrogante. Agora, se quisermos mesmo prosseguir em nossa evolução é imprescindível conhecermos A Verdade revelada por Deus, assim como procuramos demonstrar na crônica 'A verdade sobre a Verdade', para seguirmos pelo Caminho Perfeito (Dori), até alcançarmos a Inteligência da Percepção Verdadeira (Tie-shokako), que é própria somente das pessoas iluminadas.

Uma interessante reflexão está no campo da física e da química, cujos cientistas acabaram chegando à conclusão de que haviam descoberto a menor partícula da matéria, dando-lhe assim o nome de átomo (elemento não divisível), porque ali estava a origem dos corpos materiais, segundo as suas concepções técnicas. Só que essa pseudoverdade logo caiu por terra, quando descobriram que o átomo também é formado por outras partículas ainda menores (elétrons, nêutrons e prótons) e cuja constituição física é muito semelhante à do sistema solar, tendo o núcleo como o centro e os elétrons, como planetas, girando em órbitas em seu redor. _E agora? Surgiu por aí um grande impasse, pois o fato dos corpos físicos serem constituídos de partículas infinitesimais, a real materialidade compacta não passa de uma ilusão, portanto ao se analisar esse sistema conclui-se que a matéria não é sólida em sua constituição, porque existe, proporcionalmente, muito espaço vazio entre o núcleo e os elétrons de cada “átomo” (assim como os sóis e os planetas). Ora, temos aqui a explicação de como os corpos espirituais, que, embora sejam invisíveis e etéreos, têm constituição sólida o suficiente para atravessarem portas e paredes, através dos espaços vazios que formam os corpos físicos. Agora chegou o momento de perguntarmos: _Cada sistema solar do universo não poderia ser um “átomo” da constituição do “corpo” de Deus? Vamos ficar sem resposta, até chegarmos à condição de divindade, ao atingirmos o estado de “Genzinjitsu”, o mais alto grau da suprema sabedoria, no tempo e no espaço.

Não há dúvidas, quanto mais aprendemos, mais ganhamos a consciência de que muito ainda temos a aprender e a crescer em individualidade.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 13/12/2009
Reeditado em 19/12/2009
Código do texto: T1976218