Esperança de um Camponês

Era madrugada ao acordar. Bento, homem forte e trabalhador, nunca levantou da cama depois do sol nascer. Isso depois de completar seus onze anos de idade.

Vida de camponês no sertão baiano nunca foi fácil. Arar, plantar, molhar e colher são atividades diárias na vida de Bento. O dia todo na plantação o sol castiga o corpo de Bento, a vontade de sair dessa vida fala mais alto em seu pensamento. Escuta histórias de quem partiu para uma nova vida nas grandes capitais e lembra que foi em nosso sertão baiano que ele e sua família tiraram seu sustento durante a dura caminhada da vida. Pensa, pensa e resolve continuar no sertão quente mas que é viável para a sua convivência.

A chuva vem Bento, e com ela o verde das matas, o florear dos umbuzeiros, o voar das abelhas e a alegria de um povo que sofre com os raios de sol, mas que com a água que cai do céu renova sua energias e os prepara para um novo começo uma nova vida.

É assim que se vive no sertão, sofrendo com a falta da água, mas sempre entusiasmado por saber que ela vem para molhar os campos e as plantações.

Bento não é mais um jovem camponês, é um homem de experiência, não sabe ler nem escrever mas sabe quando a chuva vem e a hora de plantar.

Ensina tudo aos filhos o que aprendeu durante a sua vida e volta para a terra que tanto trabalhou em forma de um simples grão mas que fará frutificar por todo o sertão a esperança de dias melhores nas vidas dos pobres camponeses.