MULHERES NA CONTEMPORANEIDADE: POTENCIAL ESTRATEGICO

O lugar da mulher, antes na beira do fogão mudou, sabemos que tem algo da segunda guerra e que as ‘feministas xiitas’ têm crédito nisto, mas ainda há lacunas que nem Freud explica neste feminino. Uma reportagem na Época negócios, cujo título é “diversidade gera competitividade” (dez 2009, n34) que traz perguntas de 10 presidentes de empresas como Microsoft Brasil, Itaú, Procter & Gamble Brasil, respondidas pela economista do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahir, paquistanesa de 29 anos. Pra inicio de conversa ela já representa bem este quadro de inclusão e sucesso, pela sua pouca idade e cargo ocupado. Traz respostas que apontam evolução da visão, em relação ao consumidor, em detrimento de diretorias homogêneas, a porcentagem da participação em relação à sustentabilidade, geração Y, efeito positivo motivacional da ascensão feminina a cargos de gerencia e diretoria, etc.

Mas em que isso modifica a visão que já temos das possibilidades da mulher? Não é apenas a busca de justiça e equidade que modifica a sociedade de consumo, afinal o capitalismo não nasceu calcado em valores humanos, e sim valores de lucro e custo beneficio monetário. Só cabe a mulher entrar nesta lógica se agregar valor em sua posição, se mostrar que sua presença potencializa lucratividade. Esta reportagem aponta justamente aspectos que a presença feminina é o diferencial, ter mulheres no poder é prática estratégica, e é nisto que temos que investir.

Mas mulher, não é um ser simples como homens, a objetividade quase fria, de visão unilateral e memória compartimentada característica dos homens não caberia a mulheres cujas funções desde os primórdios exige atenção generalizada, multiplicada: percepção e reação. No entanto, antes de criarmos uma falsa aura de santidade e competência das mulheres vamos a aspectos importantes, nós mulheres tendemos a estabilidade, ou seja, por mais ambiciosa que possamos ser, tanto financeira quanto emocional, queremos chegar a um patamar que nos sintamos valorizadas e realizadas e isto pode ser uma desvantagem, já que a ambição masculina sempre cabe a uma ascensão.

Ser homem diz de superação, auto-afirmação, isto por que o masculino se dispersa em uma constância de provas, pois parece que não cabe ao homem ser, ele tem que se sentir na posição de ativo, conquistador o máximo possível. Não é engrandecendo um ou outro gênero, principalmente que o equilíbrio só acontece quando estes dois pólos, e diferenças, estão em mesma medida, pois excesso de um dos lados sempre é problemático.

Excessiva competitividade é tão danosa quanto excessiva estagnação, há aspectos que precisam manter-se ativos, mas há espaços que exigem que se mantenha um grau de estabilidade. Se analisássemos organizacionalmente os setores nos quais mulheres têm mais espaço são os mais complexos, como RH, o humano, os conflitos, se não for controlado não há visionário que faça uma empresa crescer, pois se daria um passo para frente e dois pra trás. Mulheres podem contribuir, pois percebem aspectos variados de uma mesma situação, já que se preocupam com as pessoas, e desenvolveram a capacidade de notar as sutis diferenças e o modo de lidar com cada um. Esta contribuição é fundamental em relação ao consumidor, já que focar apenas um público é um investimento arriscado o ideal é ser abrangente sem generalizar, é criar algo personalizável, que se adapta e toma “forma” de quem utiliza e atende as demandas de cada um.

Homens e mulheres não são seres opostos, mas complementares, igualdade é utopia, afinal, igualar dois seres diferentes é diminuir, o que se anularia, para moldá-lo em relação a outro. E isto é nivelar por baixo, pois qualquer tipo de anulação sempre é mais negativo que positivo. Na própria lógica social, quando há segregação, diferença social acentuada o mercado entra em crise, pois a lógica de consumo exige que o que é produzido seja adquirido, e se não há capital circulando, se o poder aquisitivo da maioria é baixo, temos muito estoque e logo desvalorização do produto, o que prejudica o lucro previsto e a longo prazo leva à falências generalizadas, isto é uma alegoria simbólica pois a complexidade é muito maior.

(continua...)

T Sophie
Enviado por T Sophie em 22/12/2009
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