O melhor espírito natalino

Imbuída do melhor espírito natalino, digo a quem me pergunta se eu vou comer peru: Nem de peru eu gosto! (a ave, diga-se de passagem).

Aliás, deixo vocês a par minhas preferências gastronômicas:

- Sou carnívora além do limite do bom senso, mas não sou chegada a carne de ave e nem de peixe, aliás, nem de carneiro e bode...gosto de picanha, carne de porco..essa delícias cheias de colesterol. Com manteiga de garrafa, de preferência.

Mas, enfim...que diabo de espírito natalino é esse que só pensa em comida? Espírito nem come, que me conste.

E a tal da roupa de natal? Justificável nas pessoas de renda curta, que esperam o décimo para ter roupa nova. Frivolidade nos mais abastados que durante algumas horas, onde se comemora Aquele que nasceu entre os pobres, vestem-se luxuosamente, as vezes com sérios danos ao crédito.

No Natal tudo se enfeita, eu acho bonito, sem dúvida, mas também triste...os que nada tem de material, nessa época, se sentem ainda mais destituídos. Os que perderam seres amados, mesmo que nadem em rios de dinheiro, sentir-se-ão empobrecidos. Os frívolos não entendem o espírito da coisa, por assim dizer.

O Natal deveria ser, sim, um momento de partilha, visto que Deus partilhou com o mundo Seu Filho precioso, e Ele mesmo, esse nosso Irmão Maior, veio se dar ao mundo, numa escolha - acredito eu - muito difícil.

Jesus nasceu - provavelmente não em 25 de dezembro - por que escolheu essa missão espinhosa de nos ensinar a viver decentemente, sem a selvageria do início, sem a racionalidade egoísta que faz com que nos sintamos especiais e diferente dos outros (basta que saibamos um pouco mais ou sejamos mais ricos); Ele veio dizer que somos todos iguais perante a vida; que a dor que sentimos não é maior que a dos outros, mas igual; que aquele camarada ali na esquina é nosso irmão e que se ele tem tendências maléficas é que a nossa sociedade prepara o crime para que o criminoso o execute; que somos violentos e por isso a violência nos atinge; que se não gostamos de sofrer não podemos fazer isso aos outros...enfim, tudo dentro de uma lógica tão soberana que nem o mais imbecil pode contestar.

Quem enfeitou as palavras Dele o fez por que quis, mas Ele mesmo não enrolou coisa nenhuma.

"Faça aos outros o que querem que os outros façam com você" ou "Não dê aos outros o que você não gostaria de receber".

Aí, entra os espírito natalino, que deveria nos mover o ano todo e não apenas quando o calendário diz.

Tudo bem ceia e roupa nova, mas que tal alma alimentada e uma nova disposição para o bem e a generosidade?

O T-Rex diz que talvez seja melhor eu continuar a falar sobre as minhas preferências gastronômicas, por que essa conversa, não vai mesmo abrir o apetite de ninguém.

É isso ai, Rex!