CHEGOU 2010... ANO NOVO...

O tempo é uma limitação humana, imposto e contraposto ao sentido da vida... Ele inexiste na sua concepção mais ampla, diante da impossibilidade de esterilizar nossa ignorância. Nós o fracionamos, para ‘brincarmos” de entendê-lo e consequentemente, a insólita ilusão de entender a vida.

Chegou 2010, ano novo, cheio de novas esperanças, cheio de novos amores: Amor pela educação, pela interação entre as pessoas, pelo belo, pela arte e pelo que é essencial, em nome das mais inusitadas formas de amar. Que 2010 seja, o nosso balão de valores eternos...! E não uma bolsa de valores efêmeros e nefastos.

Não teremos ano novo, se não renovarmos nossos conceitos, se não sairmos do alto de nossa prepotência, se não ajoelharmos ao solo, para escutar e dialogar com nossos “infantos” da civilização. Pois, à medida que erguemos nossos corpos, eles erguerão suas almas e assim, o ano novo estará propenso às nossas necessidades mais íntimas, que é a paz, a saúde e a harmonia; livre das amarras e da clausura dos preconceitos... Esses falsos e fastos conteúdos pejorativos, que desqualificam e inibem a fraternidade entre os seres. Preconceitos esses, configurados no espelho das raças; das cores; das nacionalidades; das sexualidades; das religiosidades; das ideologias e por incrível que pareça; até mesmo dos dialetos lingüísticos.

Essa maneira enfadonha de ver o mundo, sob o aspecto banal, do que é certo e do é errado, há muito nos custou como sociedade. Pois muito ainda temos que caminhar, e quando o caminho é longo e dificultoso, é melhor caminharmos juntos. Na metáfora do porco espinho: É necessário, somente distancia-se dos espinhos de cada um; mas é fundamental que estejamos lado a lado, para que a sinergia se faça arma, contra os bizarros ursos das noites frias.

Leonardo Boff, em seu livro, A Águia e a galinha, cita a impossibilidade da galinha em conhecer toda a verdade, enquanto ela cabisbaixo a ciscar, procura as migalhas que alimenta o corpo; limita-se a encontrar as parcas uvas. Enquanto a águia,vai de encontro às nuvens; além das uvas, consegue ver a grandeza do parreiral. A galinha por sua vez, limitada à comunidade dos galináceos, só conscientiza-se da uva, vê o céu pela metade e apenas a sombra do parreiral.

Para o ano de 2010, desejo a todos o voo da águia, que a bestialidade de nossas arrogâncias, fiquem depositadas no baú da história, que a ópera da vida, seja o compasso do tempo, e que possamos ouvir com os ouvidos da alma, o nexo oculto da palavra humano. (Realmente: Um mano, é o que somos!)

Por isso, o ano novo só existirá, quando trocarmos a robustez da farda e do brim, pela textura leve e suave da seda, que a metamorfose de uma asquerosa lagarta, no elo perdido da história, proporcionou-nos o milagre da borboleta. Que nos veste e nos compele ao complexo mundo do seu existir, nesse multicolorido rufar de suas asas. .

FELIZ HOMEM NOVO...! 2010...!

Paldinis (DINIS)

Dinis
Enviado por Dinis em 02/01/2010
Código do texto: T2007508
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